Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem O advogado Plínio Nunes, que acaba de aceitar a defesa do médico Cláudio Amaro Gomes, envia ao blog carta escrita pelo próprio, sobre o recente episódio.
Aos meus familiares, amigos e colegas de profissão Cláudio Amaro Gomes Escrevo-lhes estas breves mas sinceras palavras para confortá-los nesse triste momento de nossas vidas.
Quero lhes dizer que, apesar de tudo e de todos, das mentiras e especulações, do linchamento público a que venho sendo injustamente submetido, tenho procurado reunir forças para me manter firme.
Peço-lhes que façam o mesmo.
Afinal, devemos todos confiar na Justiça, ainda que isso não pareça ser o verdadeiro propósito daqueles que me acusam, e simplesmente acusam, sem provas.
A humilhação dessa injusta prisão, a desonra de uma absurda e inventiva acusação, haverão de ter fim.
Cedo ou tarde.
E para isso não medirei esforços.
E sei que farão o mesmo.
Somente os que estão realmente comprometidos com a verdade e conhecem profundamente minha história pessoal e trajetória profissional sabem o quanto seria incapaz de praticar ato tão vil como esse de que em acusam, e que vai de encontro todos os princípios e convicções e a tudo que realizei durante meus 57 anos.
Fiz um juramento de salvar vidas.
Jamais, de tirá-las!
E é com esse espírito, de salvar vidas, que tenho procurado me conduzir ao longo de décadas dedicadas ao fazer bem às pessoas.
O que não parece correto nem sensato aceitar é que desentendimentos profissionais, absolutamente normais entre aqueles que atuam com o peso da responsabilidade de salvar o próximo, possam ser considerados, como têm sido à falta de provas, motivo para o cometimento de um crime tão bárbaro.
Isso não faz o menor sentido, definitivamente.
Preciso dizer que ninguém, ninguém!, deseja mais do que eu que os fatos sejam apurados e os reais responsáveis sejam encontrados e exemplarmente punidos, como impõe a lei.
E como todos esperam que aconteça.
Prova disso é que, mesmo jamais tendo sido anteriormente procurado por qualquer autoridade, desde o primeiro instante me coloquei à disposição da Justiça.
Inclusive, todos vocês sabem, no momento em que essas descabidas acusações vieram a público me encontrava fora do país, participando de evento médico.
Por obrigação moral não hesitei em retornar ao Brasil, onde, mesmo submetido a um processo de degradação e humilhação públicas, procurei exercer minhas funções e minha rotina diária até ser surpreendido com uma ordem de prisão.
Finalizo dizendo que não compactuo, como todos certamente não compactuam, com a forma como essas investigações vêm sendo conduzidas ao sabor da pressão midiática.
Infelizmente, a única preocupação daqueles que conduzem essas investigações é simplesmente encontrar “culpados”, em vez de descobrir “provas” que demonstrem essa culpa. “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos”. (Montesquieu).
ENTENDA O CASO - O cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 35 anos, foi encontrado morto a tiros no dia 12 de maio, em Jaboatão dos Guararapes.
Há uma semana, Claudio Amaro Gomes e o seu filho Claudio Amaro Gomes Júnior, bacharel em direito, foram presos suspeitos de serem responsáveis pelo crime, e estão no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel) desde então.
Entre as provas encontradas contra pai e filho, está o fato de terem sido encontradas digitais do estudante de direito no recipiente do combustível usado para incendiar o carro da vítima.
Artur era casado, pai de um menino de 1 ano e funcionário do Imip, Hospital das Clínicas e Hospital do Câncer de Pernambuco.
Em coletiva de imprensa realizada nessa segunda-feira (9), a viúva, a oncologista Carla Azevedo, afirmou que a relação conflituosa entre a vítima e Cláudio Amaro podem ter motivado o assassinato.