Por Jonatas Campos Jornalista Já estou vendo que um dos argumentos que muitos utilizarão para desqualificar a política e o processo eleitoral é a “renúncia fiscal” que o estado oferece as TVs e rádios pelo horário eleitoral gratuito, estimada para essas eleições em R$ 840 milhões.
Matéria do Jornal do Commercio de Pernambuco desse domingo (8/6) diz que cada brasileiro paga R$ 4,17 para “promoção dos políticos”.
Na verdade, o horário eleitoral é para que as pessoas conheçam os candidatos e façam suas opções.
Afirmações como essas não só desqualificam a política, como também agridem a cidadania.
Se o marketing dominou o nobre espaço, se os partidos negociam seu “horário” com candidatos majoritários, que se denuncie, que se debata, mas é errado desqualificar o espaço que as pessoas têm na TV e rádio para conhecer os candidatos que vão lhes representar pelos próximos quatro anos.
Exijam, pois, que não haja mais renúncia fiscal, que as TVs e rádios ofereçam o espaço gratuitamente aos partidos, já que detêm uma concessão pública radiofônica!
Além de outras formas de afastar as pessoas do processo político, como colocar na “corrupção” a culpa de todos os males do país, configura-se uma hipocrisia tamanha essa do capital e seus representantes na mídia no Brasil.
Logo aqui no Brasil onde “livre comércio/iniciativa” e “autoregulamentação do mercado” são licenças poéticas, onde muitos setores vivem de renúncias fiscais, quando não, de sonegação de impostos.
Quem mais paga imposto no Brasil é o pobre.
Vejam na Campanha do Sindifisco!
Carro popular paga IPVA, barco de luxo, não.
Todo processo político e histórico que veio depois da negação da política resultou em ditaduras ou governos tremendamente demagógicos.
Sugiro ao Jornal do Commercio e outros meios que levantem o debate sobre uma Assembléia Constituinte Exclusiva para a Reforma Política, já que na avaliação da maiores dos brasileiros, o Congresso “que está aí” não tem condições de fazê-la.
Estou entre eles.
Também debatam e discutam o Decreto Presidencial que institui a participação popular nas instâncias de governo (não vale ficar só repercutindo a ladainha do deputado Mendonça Filho dizendo que o decreto é ditadura).
Em um momento de descrédito da política, creio que todas as formas de promover a política são válidas, inclusive, o horário eleitoral gratuito.