Foto: Ricardo B.
Labastier/JC Imagem Amanda Miranda, especial para o Blog de Jamildo A posição de Luiza Helena Trajano, presidente da Magazine Luiza, é de não concordar com os elevados gastos públicos para a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Porém, também não é de discordar. “A única coisa que eu digo é que ela ja está aí mesmo.
Se não tem jeito de devolver, vamos tirar proveito dela.” A perspectiva é positiva em relação às vendas, o que não corresponde à falta de euforia pernambucana.
Mas a empresária quer também que o período ao menos seja bom para o turismo brasileiro.
Antes contrária à escolha de doze cidades-sede, número que considerava exagerado, Luiza Helena Trajano agora afirma que isso poderá mostrar a beleza de cada estado do País, com toda a diversidade natural.
A administradora da rede tem esperança de que, apesar dos problemas na organização do torneio, o Brasil conquiste os estrangeiros.
LEIA MAIS: Dilma e Eduardo têm admiração de Luiza Helena Trajano, da Magazine Luiza Magazine Luiza pretende abrir 19 lojas no Nordeste este ano No contexto geral, entretanto, a expectativa não é tão boa. “Apesar de que televisão a gente (a Magazine Luiza) está vendendo muito”, brincou.
Os protestos planejados para a data não a surpreendem, por considerar que, já tendo conquistado estabilidade econômica, a “nova classe média” tem agora oportunidade de lutar por outros objetivos: educação, transporte e saúde.
O apoio de Luiza Helena Trajano está em uma das maiores reivindicações: a reforma política.
Com o comércio afetado pelas manifestações, a presidente da Magazine Luiza afirma considerar o direito da população de aproveitar o momento tentar alcançar essas demandas, porém, nas suas palavras, não admite “baderna”. “Esses atos só atrapalham os protestos simpáticos”, disse.
A executiva que tem como característica seu jeito simples de falar sobre assuntos complexos compõe a organização das Olimpíadas do Rio, em 2016.
Ela defende que os custos dos eventos que está à frente, como abertura e encerramento dos jogos, sejam cobertos apenas com dinheiro de patrocínio, sem recursos públicos.
Além disso fala sobre o legado que deve ser deixado para a cidade - no caso do Rio, o metrô. “Só acontece em uma cidade, mas o País inteiro se beneficia.
Para isso, tem que ser uma coisa muito transparente, com boa comunicação”, afirma.
Antes, em palestra que ministrou no Congresso sobre Gestão de Pessoas em Pernambuco, realizado no JCPM Trade Center nessa sexta-feira (6), havia dito: “A comunicação vai ser o problema do século.
O governo se comunica mal, a gente se comunica mal”.
Apesar de abraçar o evento que ajuda a organizar, Luiza Helena Trajano afirma que os erros cometidos na Copa do Mundo não podem ser repetidos.
Entre eles, o de escolher o momento para cobrar os mesmos investimentos feitos no evento para assuntos essenciais. “Não sei quanto se gastou na Copa e quanto se gasta em educação, por exemplo”, disse.
Porém, afirma que a população não pode deixar ficar tarde demais para reclamar.
Questionada, afirmou que mesmo a dois anos das Olimpíadas, o País já pode ficar comprometido com um cancelamento dos jogos.