Reunião é para que o Consórcio Novo Recife sinalize disponibilidade para revisar projeto (Foto: Divulgação/PCR) Após três horas de reunião na Prefeitura do Recife, as empresas que formam o Consórcio Novo Recife - Moura Dubeux, Queiroz Galvão, Ara Empreendimentos e GL Empreendimentos - concordaram em rediscutir o projeto imobiliário previsto para ser erguido no Cais José Estelita. “Estamos de acordo em fazer essa analise e discussão, e fazer um novo projeto”, afirmou Eduardo Moura, porta-voz do consórcio.

Em contrapartida, no entanto, o grupo pediu o encerramento da ocupação no Cais. “Se há a suspensão da demolição, o que se pede é a suspensão da ocupação”, pontuou o representante do Consórcio Novo Recife.

Há 16 dias, ativistas contrários às obras estão acampados no espaço, como forma de resistência à continuidade da derrubada dos galpões para a construção de 12 torres com uma média de 40 andares.

Entre os pontos previstos na rediscussão do projeto está a altura das torres.

O cronograma das negociações ainda não está definido.

A Prefeitura do Recife deve intermediar o processo.

Nesta sexta-feira (6), o executivo municipal marcou uma reunião com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, prevista para as 14h30.

Na última terça-feira (3), o prefeito Geraldo Julio (PSB) suspendeu o alvará de demolição dos galpões do Cais José Estelita, após reunião com representantes do #OcupeEstelita.

As demolições começaram no dia 21 de maio, com autorização da prefeitura.

Os militantes ouvidos nesta terça não vão participaram das reuniões desta quinta nem vão participar do encontro da sexta.

Porém, deve haver ainda outros encontros, que ainda não foram marcados, com a participação dos grupos. “Quando o consórcio abre o diálogo, é para tudo. É para ouvir tudo e ver as sugestões.

Lógico que terão as contra-argumentações”, afirmou Eduardo Moura. “Nós não sabemos ainda exatamente o que se pretende”, revelou. “Isso faz parte do resgate de um bairro que está há bastante tempo sem algum incremento de investimento”, lembrou o representante do consórcio.

Moura também classificou a decisão da PCR de suspender o alvará de demolição como “simbólica” porque as próprias empresas já haviam decidido esperar pela solução da ocupação. “Já tínhamos acertado que não faríamos nenhuma intervenção até que esse impasse fosse de fato resolvido”, alegou. “Eu acho que a gente está caminhando bem”, avaliou o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

Para o socialista, cabe ao movimento, ao consórcio e ao Ministério Público discutir o processo de negociação para desocupação do local. “O que foi discutido até agora foi a disposição das partes de participar do diálogo”, disse. “Qualquer prazo só pode ser fechado a partir da reunião de amanhã com o Ministério Público”, disse.

Com informações do repórter Paulo Veras