Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR Onze dias antes de o prefeito Geraldo Julio (PSB) suspender o alvará que permitir a demolição dos galpões no Cais José Estelita, um dos principais articuladores do PSB em Pernambuco já dava sinais de que o partido poderia tomar alguma medida do tipo.
Ex-secretário de Governo na gestão Eduardo Campos (PSB) e um dos coordenadores da campanha presidencial socialista, o ex-vice-prefeito do Recife Milton Coelho defendeu a ocupação do cais e criticou o projeto Novo Recife no dia 24 de maio. “Precário o argumento dos que defendem o projeto Novo Recife como a via para entrada do Recife no século 21.
O mundo já vive no século 21.
E o que faz uma cidade estar a altura do que o nosso tempo pode oferecer de conforto e qualidade de vida para o povo é muito mais que um mero empreendimento imobiliário de importância discutível como esse”, escreveu, em sua página no Facebook.
A postagem ocorreu uma dia depois de Geraldo Julio se posicionar publicamente, afirmando que a PCR já havia cumprido a sua parte em relação ao projeto.
A ocupação ao terreno havia começado no dia 21, após as primeiras demolições.
De lá para cá, Milton fez nove postagens defendendo a ocupação.
Um dia antes da decisão do prefeito, o ex-secretário afirmou que o movimento era o início de uma luta pela preservação do patrimônio histórico, cultural, humano e ambiental da cidade.
Nessa terça, após o anúncio da PCR, Milton usou a rede social para cobrar reconhecimento a decisão de Geraldo. “A luta deve continuar, mas o prefeito foi sensível ao clamor popular e o povo da capital”, escreveu.
Nesse período, o socialista usou as postagens para defender a criação de um plano de reforma urbana para a cidade, numa discussão mais ampla.
Discurso similar foi utilizado pela PCR para justificar a suspensão das demolições.
PARTIDOS - No meio da discussão, Milton chegou a ser criticado por um representante do PSOL, que classificou o posicionamento do ex-vice-prefeito como “peça de marketing” e “jogada eleitoreira”.
O socialista foi vice do ex-prefeito João da Costa (PT), cuja gestão aprovou o projeto.
Através do Facebook, ele pregou um “debate honesto” do tema e afirmou que já estava licenciado do cargo quando o Conselho de Desenvolvimento Urbano aprovou o empreendimento.
No dia seguinte, em entrevista à Rádio Jornal, o prefeito Geraldo Julio criticou o uso político do movimento, principalmente por representantes do PT; partido ao qual responsabilizou pela aprovação do projeto atual. “Se esse processo fosse analisado na minha gestão, ele seria melhor”, disse.
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