Com informações da repórter Amanda Miranda.
ATUALIZADA ÀS 15H30 O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), vai se reunir com o consórcio de construtoras responsáveis pelo projeto Novo Recife nesta quinta-feira (5) para tentar reabrir a negociação em torno do empreendimento; que prevê a construção de 12 torres comerciais e residenciais e R$ 62 milhões em ações compensatórias no Cais José Estelita, no Centro do Recife.
No dia seguinte, o prefeito também deve se reunir com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e com o Ministério Público Federal (MPF), para tratar do mesmo assunto.
O alvará de demolição dos armazéns que funcionam no Cais foi suspenso pela PCR nesta terça (3), conforme revelou em primeira-mão o Blog de Jamildo.
Leia também: PCR suspende alvará de demolição dos galpões do Cais José Estelita As demolições começaram no dia 21 de maio, com autorização da prefeitura, mas foram suspensas após um grupo contrário ao projeto ocupar o terreno.
Os militantes ouvidos nesta terça não devem participar das duas reuniões.
Porém, deve haver ainda outros encontros, que ainda não foram marcados, com a participação dos grupos.
O prefeito considerou o encontro positivo por abrir o diálogo sobre a ocupação da área do Cais José Estelita. “Recife tem um histórico de ausência de planejamento urbano e não é isso que nós desejamos”, afirmou. “Então, nós temos interesse de fazer um processo de planejamento que permita que o desenvolvimento do Recife, daqui para frente, seja melhor do que o que aconteceu, principalmente nas últimas décadas”, concluiu.
A arquiteta Cristina Gouveia, porta-voz dos representantes do Ocupe Estelita, concordou que o encontro tem como consequência a abertura da reavaliação sobre o Novo Recife e a discussão pública do assunto e afirmou deixar a reunião satisfeita como um primeiro momento. “Isso era algo necessário e urgente para a cidade”, disse.
O quarto encontro, após as reuniões destas quinta e sexta-feira, deverá incluir todos os grupos envolvidos.
O grupo mobilizado criou uma pauta com cinco pontos principais, entre eles a suspensão do alvará de demolição, feita nesta terça-feira.
As outras reivindicações são de condições de negociação, incluindo o livre acesso ao terreno; elaboração de um plano urbanístico para a área pela Prefeitura; destinação de pelo menos 30% do terreno à construção de habitações populares; e a anulação de atos administrativos anteriores ao movimento. “Não faz sentido a gente seguir uma negociação com processos correndo, que vão gerando documentos”, explicou a arquiteta.
No ano passado, em negociação iniciada após a posse de Geraldo Julio, o consórcio já havia concordado em ampliar em R$ 30 milhões o valor das medidas compensatórias.
O projeto prevê a construção de um parque, de quadras esportivas, de uma biblioteca e de um túnel na área do Cais.
Em nota, o Consórcio Novo Recife afirmou que “sempre esteve aberto ao diálogo” e cumpriu os requisitos legais para a continuidade da obra.
No texto, o Novo Recife ressalta que acredita na ordem jurídica vigente e no respeito ao seu cumprimento. “No caso da decisão da suspensão do alvará de demolição, noticiada pela imprensa, o consórcio vai esperar a notificação oficial da medida.
O Consórcio acredita que a obra é importante para a cidade e durante a construção do empreendimento vai gerar cerca de 24 mil empregos diretos e indiretos, além de dois mil fixos com o final da obra”, diz o texto.