Eduardo Campos no túmulo do avô, Miguel Arraes, nos 50 anos do Golpe Militar.

Foto: BlogImagem Em um artigo escrito no jornal Folha de S.

Paulo nesta segunda-feira (30), o ex-governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB), rebateu críticas recebidas no dia anterior e explicou porque é contrário à Lei da Anistia.

Para Campos, uma revisão da Lei permitiria considerar como criminosas as pessoas que lutaram contra a Ditadura. “Os que falam em rever a Lei da Anistia permitem, involuntariamente, reabrir possibilidades jurídicas para criminalizar, uma segunda vez e agora na democracia, quem lutou contra a ditadura por meio da luta armada.

A eventual revisão da lei colocaria em risco todos que dela se beneficiaram”, escreveu.

Leia também: Democracia precisa melhorar, diz Eduardo Campos Para o presidenciável, a Anistia não foi uma concessão do regime militar, mas sim uma conquista dos brasileiros.

Campos também afirmou que os crimes de tortura estão sujeitos à tratados e convenções internacionais.

O pernambucano defendeu ainda que cabe às Comissões da Verdade federal e estadual esclarecer os fatos do período e que a apreciação deles deve ser feita pelo Poder Judiciário.

O texto do socialista foi uma resposta ao artigo divulgado por Janio de Freitas no dia anterior; que alegava que a defesa do ex-governador de que a Anistia vale para os dois lados é favorável aos militares. “Meu avô Miguel Arraes nunca adotou a revanche como instrumento de luta política”, lembrou Campos, que disse ter o avô, falecido em 2005, como referência da atuação política. “Minhas opiniões políticas não nascem de pesquisas qualitativas ou quantitativas, ou do temor de ser brutal e injustamente atacado nas páginas dos jornais.

Nascem do que acredito ser melhor para o meu país”, escreveu ainda.