Diante da iminente instalação da CPMI da Petrobras, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), voltou a dizer que a realização da Copa do Mundo não vai tirar as investigações no Congresso do foco de interesse da população.
O tucano lembrou ainda que poucos acreditavam na criação desta comissão parlamentar mista de inquérito, mas a apuração finalmente vai começar.
Foram vários os obstáculos superados, como as sucessivas manobras da base aliada ao governo Dilma para tentar barrar as apurações.
Mas de nada adiantou: a comissão de inquérito será instalada nesta quarta-feira (27), às 14h, para desgosto do Palácio do Planalto.
De acordo com Imbassahy, será desenvolvido um trabalho de investigação sério, que abrangerá não apenas requerimentos de convite e de convocação de pessoas, mas também a busca de informações adicionais capazes de desvendar os malfeitos na Petrobras.
A oposição deve pedir, por exemplo, acesso a inquéritos em curso, como o relativo à Operação Lava-Jato.
As apurações permitirão, ainda, identificar e punir os responsáveis por eventuais irregularidades.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu as investigações e manifestou otimismo. “A instalação da CPI Mista é uma demanda da sociedade brasileira, que está indignada com tantas e tão sucessivas denúncias de irregularidades, de desvios e de incapacidade do governo em responder tudo isso.
A CPMI será o instrumento para que possamos assistir a transparência, quem sabe, voltar a ter espaço na vida pública brasileira”, afirmou.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, deve ser um dos primeiros convocados.
Considerado uma espécie de “arquivo vivo” pelo líder tucano, Paulo Roberto exerceu grande influência na estatal nos últimos anos e tem muito a explicar ao Congresso.
Ao longo dos últimos meses, a lista de assuntos a serem apurados pela CPMI só foi crescendo.
No último fim de semana, por exemplo, a revista “Época” colocou o ex-diretor como pivô numa denúncia de pagamento de comissão por navios alugados para a Petrobras.
De acordo com a reportagem, de cada transação feito pela estatal à empresa Maersk, 1,25% era devolvido ao ex-diretor.
Nesta terça, o site da revista revelou que a Polícia Federal obteve indícios de que o ex-diretor Costa fraudava documentos para receber dinheiro de propina da companhia dinamarquesa.
O doleiro Alberto Youssef, pivô da operação Lava Jato que investiga lavagem de dinheiro, também deve ser um dos primeiros a depor.