Foto: reprodução do Facebook Em entrevista ao programa Roda Viva na noite dessa segunda-feira (26), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência da República, negou ter realizado alianças com “velhos caciques” políticos durante o período em que governou o Estado. “Eu ganhei as eleições em Pernambuco enfrentando os velhos caciques.
Eu não tinha um no meu palanque”, afirmou. “Na medida em que você tem um governo que foi eleito com 83% dos votos e que tem 90% de aprovação, é natural que você tenha uma oposição reduzida na Assembleia Legislativa”, defendeu, sobre a esmagadora maioria política conquistada durante a gestão.
Desconfortável, Campos chegou a engasgar ao ser questionado sobre o apoio político do ex-deputado federal Severino Cavalcanti (PP), que deixou a Presidência da Câmara em 2005, em meio a denúncias de pagamento de propinas no Congresso conhecido como “mensalinho”. “As circunstâncias políticas fizeram ele votar em mim”, justificou o ex-governador, que teve a filha do ex-deputado, Ana Cavalcanti, como secretária de Esportes. “Eu fiz um governo que não teve, no centro das decisões, Severino Cavalcanti”, se defendeu, afirmando que a história política sempre esteve ao lado de setores progressistas. “Eu não tinha um no meu palanque.
Eu enfrentei, na primeira eleição, o governador Jarbas Vasconcelos de um lado, com Marco Maciel, com Roberto Magalhães, apoiando o Mendonça.
Do outro lado, o PT, com o PTB de Armando Monteiro apoiando ele, com o presidente Lula e todos os líderes do PT no palanque de Humberto”, disse.
Os senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT) se elegeram em 2010 na chapa que garantiu a reeleição de Eduardo como governador.
Neste ano, o candidato do PSB, Paulo Câmara, terá o apoio do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), do ex-governador Roberto Magalhães (DEM), e do deputado federal Mendonça Filho (DEM).
Outros nomes tradicionais da política pernambucana como Joaquim Francisco (DEM), Inocêncio Oliveira (PR) e Sérgio Guerra também fizeram parte da aliança montada por Campos no Estado.
NOVA POLÍTICA - Utilizando o discurso de que vai implantar uma “nova política” no País, o ex-governador foi questionado sobre a possibilidade de gerir o Brasil sem o apoio dos grupos políticos tradicionais. “O jeito tem e o Brasil já viu esse jeito.
Quando a gente bota a agenda da sociedade e põe a sociedade na política, a política melhora”, alegou.
Para Campos, o Brasil viveu uma nova política durante as Diretas Já e nas lutas contra a Hiperinflação.
O ex-governador defendeu que um movimento parecido está por vir. “O Brasil deve se unir em torno de uma agenda que está colocada na sociedade brasilera e que responsde aos três últimos ciclos brasileiros”, afirmou.