Por Michel Zaidan Filho Haverá, na próxima sucessão estadual, dois graduados cabos eleitorais em ação no nosso estado: o ex-presidente Lula e o ex-governador de Pernambuco.

Qual terá mais sucesso na empreitada de transferir votos de seus eleitores a seus candidatos?

Quem anda pelo interior do estado constata que o prestígio do ex-presidente é enorme.

O eleitor do Lula é o mesmo de Eduardo Campos.

Deve haver, em algum momento, um conflito de lealdades entre a preferência de um ou outro.

No momento, quem vem perdendo apoio é o ex-governador.

O PC do B e o PDT já declararam apoio a Armando Monteiro e a Dilma Rousseff.

Os partidos evangélicos provavelmente marcharão com a presidenta.

Curiosamente, foi o DEM que hipotecou o seu apoio a Eduardo Campos.

Mas esse partido é residual e, por não apresentar nomes à candidatura majoritária, vai se acabando aos poucos na memória política do eleitor.

Já a situação do PSDB é incerta e duvidosa.

Teria mais a ganhar se lançasse candidatura própria em PE, quem sabe a do deputado Daniel Coelho, que teve um bom desempenho eleitoral na eleição municipal.

Mas esta decisão depende de uma sinalização nacional do partido tucano.

E a disputa de hegemonia entre o PSB e o PSDB pode levar sim a candidaturas próprias nos estados.

Caso melhore o ambiente econômico do país e as costumeiras denúncias de corrupção ou má administração dos negócios públicos vá se apagando do lembrança do eleitor (se banalizando, na verdade), é possível que o desempenho da presidente melhore nas pesquisas, e com o início do horário gratuito e o corpo-a-corpo da campanha eleitoral, com a presença de Lula, as chances de uma vitória no primeiro turno podem aumentar para Dilma.

Chama a atenção a dificuldade que tem a candidatura do ex-governador de Pernambuco de nacionalizar seu nome, ao contrário de Aécio Neves.

O ex-mandatário do estado ainda é muito identificado com o NE, e pior ainda: com as oligarquias políticas do NE.

Daí não ter ainda ultrapassado os 11% das intenções de voto.

O risco - para ele - é o de uma polarização entre Aécio e Dilma.

O que levaria sua candidatura para baixo e transferiria votos para um dos dois primeiros colocados.

O fato que até agora - mesmo com o apoio de Marina Silva - esta candidatura não empolgou (ou convenceu) ninguém.

E quanto mais o discurso do candidato se aproxima de FHC e sua agenda gerencial, o medo dos fantasmas de passado aumenta.