Foto: reprodução internet O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão do Poder Judiciário presidido pelo ministro Joaquim Barbosa, realizou mais uma inspeção no presídio Aníbal Bruno, em Pernambuco, esta semana.

Segundo o juiz José Braga Neto, que liderou a fiscalização, o Aníbal Bruno é o pior presídio do Brasil.

Para o magistrado, as condições do Aníbal Bruno pioraram, desde a última visita do CNJ, em 2011. “Nunca vi nada pior em outro lugar.

Os presos ficam verdadeiras em favelas.

Ele foi gerido de forma desorganizada, e os presos passaram a edificar adaptações, de forma que fizeram buracos e vivem lá”, disse o juiz.

A situação do presídio Aníbal Bruno contrasta com as fortes críticas feitas por Eduardo Campos (PSB) ao presídio de Pedrinhas, no Maranhão, governador por Roseana Sarney (PMDB).

Na ocasião, o presidenciável disse que Pedrinhas “virou faculdade do crime.

Está aí a crise nos presídios do Maranhão mostrando que este tema precisa entrar definitivamente na pauta do país e ser discutido em busca de soluções mais eficientes”, criticou Eduardo, via Facebook.

Várias mortes entre presos, no Maranhão, chocaram o país, levando Eduardo a dar estas declarações contra a gestão de Roseana Sarney.

O que não sabia Eduardo Campos é que Pedrinhas não era o pior presídio do Brasil, segundo o CNJ, mas sim o Aníbal Bruno, sob sua gestão, na data das suas próprias críticas.

No último mutirão realizado pelo CNJ em Pernambuco, em 2011, foram verificadas superlotação e insalubridade nas instalações do Aníbal Bruno, além de cerca de 4900 detentos.

Esta semana, foram encontrados 6862 detentos, tendo o presídio oficialmente 1466 vagas.

Apesar destes números, por si só, apontarem uma superlotação, o CNJ questiona esta informação de 1466 vagas, pois para inflacionar o número, a administração da unidade passou a “computar como vagas os buracos improvisados nas paredes”, segundo o CNJ. “O Estado [DE PERNAMBUCO]tem o controle da parte externa, e da entrada pra dentro quem comanda são os presos.

E, com isso, mesmo em estado de miséria, mantém uma certa estabilidade”, disse o juiz José Braga Neto, do CNJ.

Para o magistrado, o Aníbal Bruno deveria ser interditado. “Interditar seria sem dúvida o ideal, mas e essas pessoas iriam para onde?

O sistema prisional do Estado é caótico em todas as unidades.

Espero que esse momento seja um princípio de uma virada, que sirva de estímulo para os governantes”, afirmou.

O magistrado disse, ainda, que os presos vivem em situação insalubre. (Com informações do CNJ e UOL)