Em discurso na tribuna do Senado Federal, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) responsabilizou hoje (20.05) o PT e o Governo Dilma Rousseff pelo clima que existe no País, com protestos, violência, saques e desalento da população. “Poucas vezes, senti um clima tão negativo como o que vivemos hoje, com episódios de violência, de abusos que, infelizmente o Governo Federal insiste em ignorar, mesmo que a popularidade da Presidente da República e do Governo tenha caído bastante nas pesquisas, responsáveis que são pelos rumos da nossa Nação.

Creio que nós realmente precisamos é de um ‘choque de esperança’”.

Jarbas Vasconcelos acredita que essa transformação passa por um maciço investimento em Educação. “Uma Educação pública, em tempo integral e de qualidade, especialmente no Ensino Fundamental, que permita a todos brasileiros terem a convicção de que não é uma ‘babaquice’ desejar que o metrô os deixe na porta de um grande estádio de futebol ou no centro da cidade onde trabalha”, afirmou, se referindo à declaração do ex-presidente Lula que classificou como “babaquice” alguém desejar que o metrô o deixe dentro do estádio de futebol.

O senador do PMDB ressalvou que não é um pessimista, mas que “não dá para enterrar a cabeça na areia quando a gente assiste na televisão imagens de saques e de destruição nas grandes cidades do Brasil, protagonizadas não apenas por criminosos, por bandidos, mas por pessoas comuns, que poderiam ser nossos filhos, nossos parentes ou vizinhos”.

Para Jarbas, não dá para afirmar que está tudo bem quando vemos crimes hediondos pululando País afora, contra crianças, idosos, mulheres – todos vítimas indefesas de agressores individuais e coletivos. “Não dá para afirmar que está tudo bem quando a população busca fazer Justiça com as próprias mãos, atuando como polícia, júri e carrasco.

Algo de muito ruim, de muito grave está encontrando terreno propício para fincar suas raízes venenosas no Brasil”.

Jarbas Vasconcelos responsabilizou o PT pelo clima de divisão que existe no Brasil. “Afinal de contas, quem mais propagou a máxima do ‘nós contra eles’?

Quem esculhamba as ‘elites’ ao mesmo tempo em que recebe doações milionárias dos mesmos representantes dessa ‘elite’?

Quem corrompe a gestão, antes eficiente e proba, das empresas públicas para arrecadar dinheiro por meios tortos e ilegais destinado a manipular votos no parlamento brasileiro ou fazer caixa para campanha?

Quem semeia o ódio e os ataques aos adversários por meio das redes sociais e de um aparato fascista travestido de esquerda, financiado por verbas publicitárias governamentais?

Quem em vez de estabelecer a Educação como pressuposto do desenvolvimento colocou o consumo e a posse de bens materiais como modelo civilizatório?

Quem deixou de lado o apoio ao transporte coletivo para incentivar o transporte individual, sufocando as cidades brasileiras num nível desumano?”, questionou o senador de Pernambuco, para depois responder: “A resposta é uma só: o grupo político que está à frente dos destinos do Brasil desde o dia 1º de janeiro de 2003”.

De acordo com Jarbas, caberá ao próximo presidente da República mudar esse estado de coisas.

Para o senador, o próximo Presidente sairá dos quadros da oposição e não terá vida fácil, pois terá que enfrentar bombas de efeito retardado deixadas pelo atual Governo. “Terá que devolver a administração pública do Brasil aos brasileiros e às brasileiras, desmantelando o aparelhamento das estatais, das agências públicas e das instituições.

Mas, acima de tudo, o nosso Presidente da República terá que devolver a todo o povo do Brasil a opção de construir algo novo e inspirador de forma coletiva, sem sectarismo, sem perseguições e sem falsos e messiânicos salvadores da Pátria”. (20.05.2014)