Foto: Wilson Dias/ABr Em entrevista à Rádio JC News na manhã desta segunda-feira (19), o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) defendeu que o PP considere o seu nome para a disputa presidencial e disse que a ala majoritária do partido quer vender o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) em troca de benesses. “Uma corrente mais forte no partido quer fechar o acordo com o PT imediatamente.

Se fechar eu vou a Justiça porque eu só admito através de uma Convenção Nacional o partido tomar um rumo”, disse. “Quer, lamentavelmente, eu vou dizer aqui, vender o seu apoio ao PT.

Porque só o PT pode comprar no momento, porque é o partido que tem meios.

Tem Ministérios, tem estatais, e tem outras coisas mais que dá aí para se entender o que seriam essas coisas mais”, afirmou.

Ouça a íntegra da entrevista no site da JC News.

Bolsonaro evitou generalizar, mais disse que “quase todos os partidos” querem se vender para o PT. “Não é à toa que o [ministro do Supremo Tribunal Federal] Joaquim Barbosa disse, por ocasião do voto do Mensalão, que o único da base aliada que não se vendeu ao PT foi o Jair Bolsonaro”, disse.

Na entrevista, o deputado disse que há vinte dias tem tentado fazer o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), comunicar aos institutos de pesquisa que Bolsonaro apresentou seu nome como pré-candidato.

Sem sucesso. “O meu partido tem que entender que tem um nome aí que, eu não vou dizer que vai chegar, não, mas que pode chegar.

E não podemos abrir mão disso”, alegou. “É tão difícil você ter nome de pessoas bem ou mal, vamos botar até o mal na história porque alguns não gostam de mim, conhecidos nacionalmente, que você devia fazer um teste”, justificou.

Durante a conversa, Bolsonaro revelou ainda que não pode mudar de partido para não perder o mandato.

E disse nunca ter votado de acordo com o PP, que pertence à base aliada de Dilma.

AÉCIO OU EDUARDO - Questionado se teria uma inclinação maior pela candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) ou pela do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), o deputado do PP preferiu não comentar. “Daqui a pouco alguém está falando que eu estou me lançando para ser um ‘bucha’ de Aécio ou de Eduardo”, afirmou, com bom humor.

O deputado diz ter tido pouco contato com Campos na época em que ele era deputado e ter conversado poucas vezes com Aécio Neves.

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