Foto: José Cruz/ABR Do Jornal do Commercio (18) Por Jumariana Oliveira Era manhã de um sábado, 5 de outubro. Último dia de filiação para quem tinha o interesse de disputar algum cargo eletivo na eleição deste ano.

Naquele dia, o anúncio da filiação de Marina Silva ao PSB gerou surpresa no meio político.

No ato, realizado em Brasília, foi possível constatar muitas frases de euforia e expectativa pela possível reviravolta que a novidade poderia gerar.

Impossibilitada de criar a Rede Sustentabilidade, Marina decidiu selar uma aliança com Eduardo Campos, também presidenciável.

Mas, sete meses após o acordo, a união entre os dois parece não ter provocado nenhuma alteração concreta na candidatura do socialista.

Na primeira pesquisa de intenção de votos divulgada pelo Instituto Datafolha após a filiação de Marina, Eduardo Campos registrou 15% de intenções de voto.

No último levantamento, feito no início deste mês, o socialista aparece com 11%.

Ao invés de subir, conforme era esperado pelos aliados do presidenciável, Campos estagnou.

Em fevereiro, tinha 9%.

Dois meses depois, pulou para 10%.

Todas as alterações registradas este ano pelo instituto estão dentro da margem de erro.

Em Pernambuco, as mudanças também não foram expressivas.

Fazendo um análise com as pesquisas feitas pelo Instituto Maurício de Nassau, em parceria com o JC, é possível constatar pequenas alterações.

Em outubro, Eduardo tinha 33% das intenções de voto.

No último levantamento, realizado no mês passado, o socialista pontuou 38%.

Foto: reprodução do Facebook.

Eduardo Campos e Marina já apareceram juntos em dois programas partidários do PSB, cada um com 10 minutos de duração e apresentado em todo território nacional.

Inclusive, o primeiro programa veiculado após a aliança teve que ser alterado às presas para que a nova filiada pudesse aparecer ao lado do presidenciável.

Há pouco mais de um mês, os dois lançaram a pré-candidatura e anunciaram que Marina seria a vice.

Mesmo assim, o espólio eleitoral que a ex-senadora teve em 2010 - aproximadamente 20 milhões de votos, o que representa quase 20% do eleitorado brasileiro - ainda não provocou reflexos na pré-candidatura de Eduardo.

Para o cientista político Túlio Velho Barreto, a votação que Marina obteve no último pleito pode não estar fidelizada na figura dela. “Ela teve uma grande votação porque representava uma novidade.

Além disso, Dilma era uma aposta de Lula, era uma pessoa desconhecida e que não tinha penetração junto ao eleitorado.

Havia uma desconfiança na aposta de Lula e isso deve ter contribuído para que Marina tivesse o percentual que alcançou”, avaliou o especialista.

Túlio Barreto ainda destacou que o status de novidade colocado em Marina pode não ter o mesmo impacto nessas eleições, já que a ex-senadora selou uma aliança com um partido que já é antigo no Brasil. “Por que digo isso?

Ao se aliar com Eduardo Campos, que é um político que tem dois mandatos em Pernambuco, tradicional na política, é difícil colar”, avaliou o cientista.