O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), que foi eleito em 2012 na chapa de Geraldo Júlio (PSB), usou uma rede social para declarar que as contradições entre PT e PSB se dão apenas na disputa eleitoral. “Após outubro, a reunificação é possível”, previu o líder comunista.

O partido de Luciano Siqueira, que também foi vice-prefeito de João Paulo (PT), apóia nacionalmente a reeleição da presidenta Dilma (PT), mas, localmente, está na chapa de Paulo Câmara (PSB) para governador.

Tentando agradar a gregos e troianos, nesta quinta-feira, Luciano deu, via rede social, uma declaração favorável a Dilma, dizendo que o “programa do PT na TV - a um olhar desapaixonado e criterioso - esclarece e emociona”.

Poucos minutos depois, usando a mesma rede social, deu uma declaração favorável ao presidenciável Eduardo Campos (PSB), dizendo que contribuiu “para o exitoso governo feito por Eduardo Campos.

Para o PCdoB o norte é o interesse do povo”. “Se dependesse do PCdoB, nossas forças teriam permanecido unidas, e não divididas”, tentou esclarecer Luciano, apesar do partido dele ser um dos maiores símbolos da divisão, apoiando Dilma para presidente e Paulo Câmara para o governo do Estado.

Siqueira, a sua maneira, repete o raciocínio do senador José Sarney (PMDB-AP).

O ex-presidente disse que Eduardo Campos iria aderir a Dilma, após as eleições, depois de perder a disputa.

Com a fala, fica a dúvida, lançada por Luciano Siqueira, de que, após as eleições, PT e PSB podem se unir novamente, o que esvazia a seriedade do atual discurso eleitoral de ambas as legendas.