Em campo oposto ao da presidente Dilma Rousseff (PT), o prefeito de Cabrobó, Auricélio Torres (PSB) promete mobilizar a população do município e das cidades vizinhas para reforçar a luta.
Em entrevista ao Blog do Carlos Britto, o prefeito mostrou-se aborrecido com o tratamento do governo federal ao município.
A principal reivindicação do gestor diz respeito às obras da Transposição do Rio São Francisco, justamente o foco da visita da presidente.
Segundo Auricélio, a obra foi alardeada como uma grande geradora de emprego e renda para a região.
Mas, com a previsão de ser concluída em 2015, a transposição, avalia o prefeito, não estaria deixando uma contrapartida econômica para Cabrobó. “É injusto que Cabrobó não fique com nada, porque o município teve dispêndios, para se adaptar às demandas nas áreas de saúde, educação, com tantas pessoas que chegaram ao município para trabalharem na obra”, pontuou o prefeito.
PROTESTO - O foco das críticas também alcança o atual ministro da Integração, Francisco Teixeira, que, segundo o prefeito, “não estaria fazendo nenhum esforço” para tirar o projeto de irrigação Maria Preta.
Outro ex-ministro, Geddel Vieira Lima, garantiu construir adutoras que distassem até 15 km do município. “Até hoje vivemos a realidade humilhante dos carros-pipas”, lamenta Auricélio.
O único que ainda fez um gesto, conforme o prefeito, foi o candidato ao Senado pela Frente Popular, Fernando Bezerra Coelho.
De acordo com Auricélio, enquanto FBC comandou o Ministério da Integração ele contemplou o município com um convênio de R$ 2,7 milhões destinado à construção de uma orla fluvial, do centro cultural indígena, do acesso ao pátio do Centro Tecnológico do Arroz e de estradas vicinais da Ilha da Assunção. “A primeira parcela do convênio foi liberada em maio de 2012, mas não sei por quê meu antecessor não providenciou o projeto executivo (do convênio)”, alfinetou o aliado da Frente Popular.
Diante dos fatos, o prefeito promete se engajar num grande movimento, juntamente com os demais segmentos da sociedade civil do município e de populações circunvizinhas.
A ideia é, se preciso for, até fechar as rodovias para impedir o funcionamento da transposição. “Sem uma contrapartida, não haverá água.
Acho inadmissível que uma obra vá doar água para o Rio Grande do Norte, por exemplo, e nossa população fique à míngua”, finalizou.
Com informações do Blog Carlos Britto