Foto: reprodução do Facebook Em entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, na madrugada desta segunda-feira (5), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) garantiu que será candidato à Presidência da República mesmo que o ex-presidente Lula (PT) dispute a eleição no lugar da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nosso caminho está tomado.
Nossa decisão está tomada, com clareza, com propostas, com pessoas”, afirmou Campos, ao ser questionado.
O pernambucano foi ministro da Ciência e Tecnologia na gestão de Lula nos anos de 2004 e 2005 e disputou o Governo do Estado com apoio do petista.
Leia também: Lula diz que não entende ida de Eduardo Campos para a direita “Eu conversei com Lula sobre esse tema há um bom tempo atrás.
E ouvi dele com todas as letras que a candidata dele seria a Dilma”, afirmou, porém, o ex-governador.
A conversa teria ocorrido em 2012, antes das quedas nas intenções de voto de Dilma que fizeram surgir a opção de ter o ex-presidente como candidato. “Eu acho que o primeiro passo para a gente ganhar 2015, é vencer as eleições em 2014. É mudar o governo”, afirmou Campos na entrevista. “O Brasil precisa sair deste presidencialismo de coalizão que vem se aprofundando no atual governo”, criticou.
Apesar dos ataques à gestão atual, Campos tem preservado a figura de Lula e concentra todas as críticas aos três últimos anos de governo, comandados por Dilma.
A estratégia visa, dentre outras coisas, evitar o desgaste de se opor à popularidade do ex-presidente.
Durante a entrevista, Campos também adiantou quais seriam as primeiras medidas que implementaria após assumir o Palácio do Planalto: instituir o Conselho de Responsabilidade Fiscal para fiscalizar os gastos públicos; dar autonomia ao Banco Central; e garantir que as despesas correntes não subam mais que a receita corrente.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula NA DEFENSIVA - Apesar de ter tentado demonstrar confiança no discurso, o ex-governador demonstrou desconforto em alguns momentos da entrevista; principalmente quando teve o discurso questionado pelos entrevistadores.
Depois de vários discursos prometendo uma redução significativa nos índices de inflação no País, o socialista teve que negar um forte arrocho fiscal ou a indução de uma recessão econômica. “O que gera desemprego é a inflação”, respondeu. “Sofrimento da população é se ficar do jeito que está.
O Brasil está tendo três anos do menor crescimento da história republicana”, rebateu.
Campos também voltou a dizer que o Planalto tem administrado preços para conter a inflação até as eleições.
O ex-governador também defendeu as gestões dele e do avô Miguel Arraes, falecido em 2005, como exemplos para o Brasil.
Cobrado sobre serviços públicos, voltou a citar o Pacto Pela Vida e as escolas integrais e chegou a garantir que, em Pernambuco, as pessoas não esperam tratamento nos corredores dos hospitais públicos.
NOVA POLÍTICA - Durante o programa, Campos também teve que se defender de questionamentos relacionados ao discurso de “nova política”, que tem usado nacionalmente.
O ex-governador foi cobrado por ter iniciado a vida pública como auxiliar do avô e, em 2011, ter articulado a eleição da mãe, a ex-deputada federal Ana Arraes, para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). “Nosso padrão de governança é um padrão que vai buscar meritocracia”, afirmou. “Eu não estou dizendo aqui uma coisa e fiz outra lá, não.
Isso daí é o que eu fiz”, garantiu. “Nós precisamos compreender, também, que o novo não nasce do nada.
O novo nasce do que já existe”, justificou.
E defendeu que fazer a diferença na política é apresentar uma agenda estratégica para o País.
Campos também falou sobre as eventuais alianças como presidente, dizendo que muitos dos parlamentares mais tradicionais e atrasados do PMDB, principal aliado do governo Dilma, não estará no Congresso no próximo ano.
O pernambucano também prometeu que, durante a campanha, não irá recorrer a “caneladas” contra nenhum dos adversários. “Vou lutar para estar em primeiro lugar”, garantiu, contudo.