Por Sérgio Goiana, especial para o Blog de Jamildo Em linguagem direta e clara, o que estamos presenciando no Brasil é a tentativa da direita de tomar o poder, usando para isso ataques sórdidos a uma das maiores empresas mundiais de energia.

A estatal brasileira Petrobras está mais uma vez na berlinda.

E, mais uma vez, a grande mídia nacional apoia essa iniciativa, ao promover ataques diários contra a estatal. É importante que estejamos alertas para o fato de que esses ataques se aliam a estratégia dos EUA e de seus aliados da OTAN de se apropriarem do petróleo alheio, essencial para a manutenção do poder das grandes potências.

Essa mesma estratégia foi aplicada nos últimos anos, por invasão militar ou subversão interna no Iraque, Líbia, Venezuela e outros grandes produtores de petróleo.

Como a Petrobras surpreendeu o mundo com a descoberta das gigantescas reservas do pré-sal, a sua importância tornou-se estratégica.

Os interesses estrangeiros encontram então o tradicional apoio da direita, hoje representada por partidos como o PSDB, PSB, DEM e PPS.

No governo Fernando Henrique, a Petrobras escapou, por pouco, de ser privatizada e entregue aos interesses estrangeiros.

Até o nome da empresa queriam mudar para Petrobrax.

Só não obtiveram sucesso por causa da luta do povo brasileiro.

Ora!

A Petrobras foi soerguida nos últimos anos.

Em 2002, foram investidos apenas US$ 6,6 bilhões na empresa.

Em 2013, foram US$ 48 bilhões.

O lucro líquido da estatal passou de R$ 8,1 bilhões para R$ 23,6 bilhões.

Em 2003, a Petrobras valia U$ 15,4 bilhões.

Hoje, ela vale R$ 214 bilhões.

A indústria naval brasileira empregava menos de 8 mil pessoas, em 2004.

Hoje, esse número está em torno de 80 mil e deve chegar a 110 mil em dois anos, segundo projeção do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

A campanha eleitoral foi antecipada desde o ano passado e, a cada momento, um tema é escolhido pela oposição no intuito de açoitar o governo Federal, sem nenhum escrúpulo.

A história da refinaria de Pasadena não é um assunto novo.

O ex-presidente José Gabrielli participou de audiência pública no Senado, em 2013, explicando a decisão.

Segundo ele, foi um negócio normal, segundo os parâmetros e cenários disponíveis à época.

Mas a mídia distorce os custos da refinaria de Pasadena para tornar o negócio duvidoso.

Para saber se o preço foi alto ou baixo, pode-se fazer uma conta simples.

A Petrobras adquiriu os 100% da refinaria de Pasadena por US$ 4.860 por barril.

No mesmo ano, 2006, o preço médio de refinarias adquiridas na América do Norte foi de US$ 9.734 por barril.

Em maio de 2007, um fundo de investidores do Canadá adquiriu a Lima Refinery da Valero, por US$ 11.515 por barril.

Os preços das refinarias americanas continuariam crescendo até a eclosão da crise de 2008, considerada a maior já vivida pelo capitalismo mundial desde o crash de 1929.

A partir daí, o consumo de petróleo pesado pelos EUA começou a declinar e o valor da refinaria de Pasadena caiu.

O Plano Estratégico Petrobras 2030 tem como premissa fundamental o crescimento da sua produção, até 2020, e sua sustentação no período 2020-2030, com potencial de produzir em média 4,0 milhões de barris de óleo por dia (bpd).

O objetivo é ser uma das cinco maiores empresas produtoras de petróleo do mundo até 2030. É nisso que estão de olho.

A direita quer voltar ao poder para entregar a Petrobras ao capital estrangeiro.

Temos que nos unir novamente e bradar em bom som: O PETRÓLEO É NOSSO!

Sérgio Goiana é Coordenador geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco (Sindsep-PE) e diretor da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE)