Grupos pintam cartazes com mensagem de incentivo à legalização da maconha.
Foto: BlogImagem Em ano eleitoral, participar de eventos com bandeiras polêmicas, como a descriminalização da maconha, pode prejudicar a construção da imagem que o político deseja criar ao longo da campanha.
Este ano, durante a 8ª Marcha da Maconha, não foi diferente.
Apenas o candidato ao governo do Estado pelo PSOL, Zé Gomes, participou da manifestação.
O público em sua essência teve uma formação bem diversificada, mas a juventude era presença majoritária.
Segundo a organização do evento, o público girou em torno de 500 e 600 pessoas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar para confirmar a informação, mas o órgão disse que não informava estimativa de público para não gerar conflito com os organizadores.
O ato teve início às 14h, na Praça do Derby, e partiu em direção ao Cais da Alfândega às 17h.
A chuva atrapalhou a organização, mas, segundo a organizadora da Marcha, Ingrid Farias, não prejudicou a continuidade do evento.
A Polícia Militar acompanhou o ato a distância, mas o clima era de tranquilidade.
Representantes de movimentos sociais e organizadores do encontro se revezavam nos pronunciamentos, enquanto outros participantes pintavam camisas com mensagens pró legalização da maconha.
LEIA MAIS: » Em ato contra marcha da maconha no Recife, Cleiton e Michele Collins colhem assinaturas contra a legalização » Em contraponto a Marcha da Maconha, vereador evangélico organiza movimento pedalando contra as drogas Para Ingrid Farias, representante do Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, organizador da Marcha, a proposta do ato é prestar esclarecimentos à população sobre o uso da erva e trazer à tona o debate sobre o tema.
Faixas foram estendidas com mensagens a favor do debate sobre o uso do produto.
Foto: BlogImagem “Não queremos fazer apologia à droga, mas existem drogas muito mais prejudiciais ao organismo, como o álcool, que é regulamentado.
Queremos um debate sem o pudor discriminatório.
Por que as pessoas não podem escolher usar maconha”? questionou a jovem.
Indagada sobre a presença de políticos que costumam comparecer ao ato, Ingrid justificou que em períodos de eleição a presença é esvaziada. “O povo foge porque não quer vincular a imagem”, explicou.
Na opinião de Melissa Azevedo, membro do Conselho Regional de Psicologia, o órgão apoia a regulamentação o uso da droga, porque a repressão causa estigma e sofrimento aos consumidores. “Os usuários são vistos como marginais.
Então, defendemos os direitos humanos dos usuários.
A autonomia do sujeito”, pontuou a psicóloga.
O candidato ao governo do Estado pelo PSOL, Zé Gomes, participou do movimento e se disse a favor do projeto de lei 7270/14, de autoria do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que autoriza a produção e venda de maconha no Brasil.
Pela proposta, o governo teria o controle da comercialização por meio do registro dos locais de produção e pontos de venda, além de ficar obrigado a padronizar e inspecionar o produto.
Também fica permitido o cultivo limitado da planta da cannabis, matéria-prima da droga, dentro da casa do usuário.
Segundo Gomes, existe um processo de ‘demonização’ da maconha e alguns políticos - sem citar nomes - por terem alianças com grupos contrários à legalização da droga não participaram do ato.
O político Edilson Silva, do PSOL, marcou presença no ato e discursou sobre a descriminalização da maconha.
Foto: BlogImagem CULTURAL - Na edição de 2014, pela primeira vez, além da caminhada foi montado um evento cultural ao fim da caminhada, no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife.
Apresentações artísticas e culturais subiram ao palco.