Estado que recuperou sua Economia e ainda passou a crescer acima das médias do país, do Nordeste e, em alguns pontos, dos seus principais concorrentes regionais – a Bahia e o Ceará, Pernambuco enfrenta desafios para o seu desenvolvimento.

O estudo da Ceplan mostra que um dos principais é ser competitivo não só no território nacional como na economia globalizada.

E para isso precisa aumentar sua produtividade o que requer investimentos robustos em educação básica, qualificação profissional, oferta de energia de qualidade e boas estradas, entre outros. “É um conjunto de fatores que movimentam a Economia ou uma empresa”, afirma o economista Aldemir do Vale.

A produtividade do trabalho, resultado da divisão entre o Valor Agregado Bruto (VAB) e a População Ocupada (POC), na economia estadual é superior à da Região Nordeste, mas ambas são menores do que a do país.

Em 2000, o Nordeste tinha 54% da produtividade nacional e passou para 57% no ano de 2010.

Já Pernambuco, no mesmo período, detinha 61% da produtividade brasileira e chegou a 64%.

Em relação ao Nordeste, a produtividade pernambucana decresceu, caindo de 114% em 2000 para 112% em 2010.

Analisando a produtividade do trabalho por setores da Economia, chama a atenção as diferenças entre o Nordeste e Pernambuco em relação ao Brasil.

A região se mostra à frente do Estado em diversos pontos, como nos dados de 2010, onde apresentou 42% de produtividade na agropecuária; 61% na indústria e 56% na indústria de transformação na comparação com a produtividade nacional.

Já os números de Pernambuco ficaram um pouco abaixo, registrando 38%, 58% e 51%, respectivamente, também na comparação com os dados nacionais.

Nos Serviços, Pernambuco assume a dianteira com uma produtividade de 73% em relação ao país, enquanto a do Nordeste é de 65%.

Na Administração pública, Pernambuco registra 87% de produtividade contra 77% do Nordeste, também em relação ao Brasil.

No total, ao compararmos a produtividade pernambucana com a nordestina, ambas tomadas com relação a média brasileira, a primeira fica à frente com o índice de 0,64, e a segunda com 0,57.

A taxa da indústria de transformação, que passou a se recuperar entre 1999 e 2002, mantém-se praticamente no mesmo nível de quinze anos atrás, quando começou a cair, ficando 20% menor em 2010.

Na indústria da construção civil, apesar do boom vivido com a implantação de grandes empreendimentos na Região Metropolitana do Recife e um aumento importante de empregos, a produtividade do trabalho não cresceu.

Permanecendo no mesmo patamar entre 1996 e 2010.

Para Aldemir do Vale, em duas décadas, o desempenho deve mudar radicalmente, com uma recuperação no nível da produtividade industrial e da economia como um todo. “Um dos efeitos dos novos investimentos, esperamos, é o de atrair novos empreendimentos atrelados às cadeias industriais em implantação”, prevê.

Para o economista, o impacto no mercado de trabalho continuará forte por algum tempo, com repercussões que multiplicarão os efeitos iniciais desses investimentos.

A indústria pernambucana, formada na sua maioria, por micro e pequenas empresas poderá se beneficiar dessa onda de inovação, caso esteja preparada para enfrentar a concorrência no seu território dos empreendimentos que serão atraídos.