Depois de chegar de uma ronda pelo interior, o senador e pré-candidato ao governo do Estado Armando Monteiro Neto, do PTB, foi instado pelos repórteres, no evento da Força Sindical, a comentar a promessa de Eduardo Campos em reduzir a inflação.
Aliado de Dilma, o senador não desperdiçou a deixa. “Inflação não se resolve com manifestação de desejo, com voluntarismo.
Tem que dizer como (vai reduzir) para credibilizar a afirmação.
No entanto, foi uma colocação bem intencionada”, declarou.
Na segunda-feira, em São Paulo, durante um evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) prometeu que, caso seja eleito, vai trabalhar para que o índice de inflação no País seja reduzido para 4,5% até 2018, último ano do eventual mandato presidencial.
Hoje, a inflação dos últimos 12 meses é de 6,15%, bem próximo ao teto da meta, que é de 6,5%.
Durante a palestra para empresários, o ex-governador defendeu a manutenção do tripé de estabilidade econômica.
O socialista também disse ser possível elevar o crescimento da Economia para 4% ao ano.
No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou apenas 2,3%.
No dia em que Dilma foi a TV, o pré-candidato Eduardo Campos afirmou que o controle que se estabelece sobre a inflação oficial no governo da presidente Dilma Rousseff “é um controle da fase pré-Real, onde se seguram os preços administrados, como os de combustível e energia para depois da eleição”, afirmou.
Segundo Campos, a população brasileira já tem experiência nesse tipo de prática e já prevê um ajuste logo após o pleito. “No dia seguinte da eleição vem lá um ‘tarifaço’, que atinge fortemente os assalariados”, afirmou.
De acordo com o ex-governador de Pernambuco, a inflação só está dentro do limite da meta por conta dessa política de preços administrados. “Se não fosse isso, já estava acima do teto da meta”, disse.
Questionado se o plano econômico de um eventual governo do PSB contemplaria o aumento dos preços logo no início de 2015, Campos não se comprometeu e afirmou que o que o País precisa é “de agências reguladoras bem governadas”. “É preciso que tenhamos outro padrão na escolha dos que dirigem as agências hoje no País”, disse.
Segundo ele, hoje as agências são chefiadas “na base da indicação política”. “No nosso governo será na base da seleção por mérito, transparente.”