Em Caruaru mais um capitulo da Operação Ponto Final, deflagrada pela Policia em dezembro de 2013, deve ser escrito nos próximos dias.
Nesta quarta-feira 30, o Ministério Público abriu Inquérito Civil para apurar denúncias feitas pelos dez vereadores indiciados pela polícia civil.
O alvo da maioria das denúncias tem como foco o secretário de Relações Institucionais da prefeitura de Caruaru, Marco Casé e o presidente da Comissão de Ética da Câmara e líder do governo, Ricardo Liberato (PSC).
Os dois governistas foram citados pelos parlamentares em todas as ouvidas.
Contra eles pesam uma série de denúncias, entre elas, tentativa de suborno, favorecimento pessoal e uma possível armação para incriminar o grupo.
Após as prisões o vereador Jajá (sem partido) concedeu entrevistas e soltou o verbo contra Marco Casé e Ricardo Liberato.
Jajá disse que foi oferecido a ele a quantia de R$ 50 mil para votar contra a criação da CPI da CGU, que iria investigar possíveis irregularidades no uso do Fundeb na gestão de Ze Queiroz.
Jajá citou um encontro na casa dele, no qual Ricardo Liberato teria oferecido dinheiro para ele vir para a base do governo.
Contra o presidente da comissão de ética também pesa uma acusação do vereador Evandro Silva (PMDB).
Nos depoimentos ao MPPE, ele destacou uma casa alugada a prefeitura que é de uma sobrinha de Liberato, com um aluguel de R$ 6 mil mensais sendo pagos, sem sequer o imóvel ter sido usado.
Nos depoimentos, Evandro disse ainda que o aluguel de três meses foi pago sem nem a secretaria de Participação Social existir.
A Pasta foi criada numa sessão antes do dia 18 de dezembro de 2013, data na qual os vereadores foram presos, quando o prefeito José Queiroz (PDT), enviou a reforma administrativa para a Câmara.
No imóvel funciona atualmente a Casa da Participação Social.
Os vereadores ainda denunciaram que Ricardo Liberato é funcionário fantasma da Assembleia Legislativa e não cumpre expediente na Casa de Joaquim Nabuco, já que todos os dias o parlamentar vive na Câmara e secretarias da Prefeitura.
Diante das denúncias, o Ministério Público decidiu abrir um processo de investigação. “A gente tem um novo inquérito civil instalado com a conclusão das operações ponto final 1 e 2 e estamos investigando também as denúncias que foram feitas pelos vereadores e estamos apurando, isso faz parte do trâmite do processo, iniciado em janeiro de 2014.
Como ouvimos todos os vereadores indiciados e várias denúncias foram feitas, vamos apurar tudo isso”, disse a promotora do Patrimônio Público, Bianca Stella de Azevedo.
Ela disse ainda que o MPPE pode adotar várias medidas, entre elas, a abertura do processo de Improbidade Administrativa, caso as denúncias sejam comprovadas. “A partir do momento que a gente constatar que houve alguma ilegalidade ou não, podemos pedir o arquivamento do processo, ajuizar uma ação de improbidade ou fazer algumas recomendações.
Enquanto houver denúncias vamos seguir apurando”, explicou.
O vereador Jajá (sem partido) também foi ouvido pelo MPPE.
Ele ratificou as acusações e voltou a bater pesado nos governistas.
Foi a primeira vez que ele e o secretário Marco Casé estiveram frente a frente, após a operação desencadeada pela Polícia Civil em dezembro de 2013.
Os dois não se falaram.
Casé é peça chave na investigação, foi na sala dele, que as escutas da Polícia Civil foram montadas e parte das gravações serviram como prova contra os parlamentares.
Marco Casé não quis falar com a imprensa.
As informações são do blog do Mario Flavio