As chuvas ocorridas este mês estão ajudando a recuperar o nível das barragens que abastecem a Região Metropolitana do Recife (RMR).

Para se ter ideia, somente Pirapama, principal manancial que atende a RMR, está com um volume acumulado que corresponde a quase 90% de sua capacidade, situação bem diferente da registrada em abril de 2013, quando foi preciso retomar o racionamento por um breve período por conta da baixa no reservatório.

A atual situação das barragens da RMR já é suficiente para garantir água até o próximo verão e a tendência é melhorar ainda mais.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a expectativa é que todas possam se recuperar totalmente até julho, caso as previsões climáticas para o período se confirmem.

De acordo com o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Apac, Patrice Oliveira, a recuperação das barragens foi acentuada a partir da última semana, quando começaram a ocorrer chuvas intensas no Litoral e na Zona da Mata.

Na terça-feira passada, por exemplo, choveu 118 mm em apenas quatro horas.

Nas últimas 48 horas, foram 150 mm na RMR. “O lado bom das chuvas é que elas estão ocorrendo também na área dos reservatórios, o que é importante para o acúmulo de água”, explicou Oliveira.

As chuvas registradas ontem e hoje devem continuar até sábado.

Mas não devem parar por aí.

Para a RMR, este é o início da quadra chuvosa, que vai até o final de julho.

Se as previsões se confirmarem, deve chover, este ano, igual ou acima da média histórica para o período. “Estamos no início do inverno e já estamos numa situação confortável em relação ao nível das barragens.

Se a tendência for confirmada, poderemos chegar ao inverno de 2015 com folga”, avaliou o diretor de Regulação e Monitoramento da Apac, Marconi Azevedo.

Entre abril de 2013 e abril de 2014, as barragens que mais acumularam água foram Sicupema (aumento de 67,9%), Duas Unas (62,65%) e Pirapama (59,56%). “É bom lembrar que nem todas as barragens têm função de abastecimento.

A do Goitá, por exemplo, é para contenção de cheias e, por isso, é interessante que seu nível não fique elevado”, esclareceu o gerente da Apac, Clênio Torres.

Segundo a Apac, as chuvas dos últimos dias têm sido provocadas por um sistema atípico.

Ventos de leste estão contribuindo para trazer umidade do mar.

Ao chegarem ao continente quente e abafado, as nuvens carregadas se transformam em chuvas.