Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Pré-candidato ao Governo de Pernambuco pelo PTB, o senador Armando Monteiro acusou o PSB de oferecer uma “bolsa eleição” aos prefeitos da legenda para que eles mudassem de lado e apoiassem o candidato socialista, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara.

As reuniões, diz o senador, teriam ocorrido dentro do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, e teriam participado membros da chapa adversária.

Segundo o petebista, eram prometidas “ações, obras e recursos” para atrair gestores do PTB para o palanque socialista.

Para Armando, os prefeitos receberiam uma “ajuda dada em caráter extraordinário”, que o senador classificou como um prêmio para os infiéis do PTB.

Na última semana, dois prefeitos do partido anunciaram apoio à candidatura do PSB: Burno Martiniano (Gravatá) e Madalena Brito (Arcoverde).

Apenas a Madalena, teriam sido oferecidos R$ 11 milhões em obras.

Leia também: Mais um prefeito do PTB abandona Armando Monteiro Neto e declara apoio aos socialistas Prefeita de Arcoverde do PTB expõe motivos para apoiar Frente Popular “Precisamos saber se isso está vinculado ao Governo do Estado”, questionou o senador, em referência a João Lyra Neto (PSB), que assumiu o cargo depois que Eduardo Campos (PSB) renunciou para disputar a Presidência da República. “Eu ainda dou um crédito ao governador João Lyra”, afirmou, dizendo acreditar que o caruaruense não esteja envolvido com as “promessas”.

Segundo o senador, é preciso saber se as promessas de recursos do Estado são verdadeiras e, caso positivo, quais os critérios utilizados para a liberação dos recursos. “Por que só para os prefeitos do PTB?

E os outros municípios?”, questionou.

Para o petebista, há indicações claras de que está ocorrendo uso eleitoral da máquina pública. “Como é que de uma hora para outra as pessoas se reposicionam assim?”, cobrou.

O senador também disse que, no momento, não vai acionar a Justiça Eleitoral sobre os questionamentos.

Ele também disse que, no momento, o PTB ainda não está cogitando expulsar os prefeitos que mudaram de lado.

Leia também: Eleito pelo PTB, Bruno Martiniano declara apoio a Paulo Câmara e Raul Henry Armando Monteiro Neto critica prefeito de Gravatá, por apoio a Paulo Câmara DÉFICIT FEDERAL - Aliado do PT, que indicou o deputado federal João Paulo para disputar o Senado, Armando negou ainda que a mudança de postura dos prefeitos seja apenas um “déficit de atenção” do governo federal.

O petebista adiantou que o Palácio do Planalto investiu R$ 40 milhões em Arcoverde para construção da Adutora do Jatobá.

A obra prevê a abertura de três poços com mil metros de profundidade.

Já sobre Gravatá, Armando promete apresentar dados detalhados sobre os convênios e repasses federais para o município neste sábado (26), em uma coletiva marcada para as 9h, no Hotel Canarius, no município.

UGT - As declarações ocorreram após uma conversa do senador com lideranças da União Geral dos Trabalhadores (UGT) no final da manhã desta sexta-feira (25).

Ligado ao setor patronal, Armando tentou atrair o apoio dos trabalhadores da Central para a própria candidatura, defendendo uma aliança pró-trabalhadores.

Armando já presidiu a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A aliança não foi fechada, mas o senador conta com o apoio do presidente da UGT, Gustavo Walfrido, que é filiado ao PMN.

A entidade conta hoje com 60 sindicatos registrados, 20 em processo de registro e outras 20 colônias de pescadores associadas.

Pelo menos 600 mil trabalhadores estão ligados à Central; 110 mil apenas no Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Recife, presidido pelo deputado estadual Severino Ramos (PMN).