Da Agência Estado Começa a ganhar força no mercado a expectativa de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode fechar no teto ou acima da meta de 6,5% não apenas em 2014, mas também em 2015.

A perspectiva vem sendo influenciada principalmente pelas estimativas mais elevadas para os preços administrados na comparação com este ano.

As projeções, de forma geral, vão na mesma direção da pesquisa do Banco Central intitulada Focus.

Na pesquisa desta semana, a mediana das expectativas para o IPCA fechado de 2014 rompeu o teto da meta pela primeira vez este ano, ao passar de 6,47% para 6,51%.

Para 2015, a previsão para o índice fechado ficou inalterada em 6,0%.

Ainda que as previsões de algumas instituições consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, para a inflação de 2015 estejam ligeiramente menor que o limite máximo, os analistas ressaltam que os riscos de o índice encerrar acima dessa marca no ano que vem são altos.

Uma das incógnitas é se o próximo presidente do Brasil fará o ajuste dos preços administrados de forma gradual ou de uma única vez.

Para os economistas, independentemente de quem vença a eleição em 2014, o importante é que o governante tente colocar a “casa em ordem” o quanto antes.

A visão geral é que a inércia inflacionária já é elevada e pode colocar mais pressão sobre a política monetária em 2015, ano para o qual as expectativas são de crescimento ainda fraco da economia.

Todas as projeções apontam para aceleração dos preços administrados em 2015 ante 2014.

A maioria das estimativas dos economistas consultados está na faixa de 7,0%, portanto, mais elevadas do que as da pesquisa semanal Focus.

No levantamento do Banco Central, a inflação dos administrados estimada para o ano que vem subiu de 5,9% para 6,0%.

Para 2014, avançou de 4,6% para 4,7%.