A deputada Terezinha Nunes (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para falar sobre o desmonte da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, maior estatal do Nordeste, que deixou de ser um dos importantes pilares do desenvolvimento de energia na região.
O abandono, segundo ela, é resultado das decisões atrapalhadas dos governos Lula e Dilma.
A parlamentar mostrou, nesta terça-feira (22), no plenário da Alepe, que outrora uma empresa produtora e transmissora de energia, a Chesf hoje tem o papel de pura mantenedora das usinas que construiu e das linhas de transmissão regionais hoje à disposição da ONS – Operador Nacional do Sistema - tendo perdido por completo o poder de definir o seu destino e de investir de acordo com os interesses da região.
A parlamentar mostrou que a queda da Chesf começou quando o presidente Lula anunciou que a Eletrobrás deveria ser transformada em uma “Petrobrás do setor elétrico” e autorizou a transferência para a Eletrobrás de todo o lucro que a Chesf vinha obtendo, deixando a empresa a depender de deliberações nacionais para continuar investindo. “No governo, Dilma pôs o plano em ação e em 2009, a empresa transferiu para a Eletrobrás todo seu lucro, o equivalente a R$ 906 milhões, em 2010 chegou a R$ 2,1 bilhão e o de 2011 que foi de R$ 1,5 bilhão”, relatou a tucana, citando ainda que o déficit orçamentário da estatal contabilizou R$ 5,3 bilhões, em 2012, e de R$ 466 milhões, no ano passado, provocado por uma redução artificial na conta de luz dos brasileiros.
A presidente ordenou ainda um corte brusco nas suas despesas com pessoal, dessa forma a estatal perdeu parte de sua inteligência através dos sucessivos Planos de Demissão Voluntária, que contou com a adesão de mais de 1.300 funcionários.
Hoje a empresa tem pouco mais de 5 mil funcionários.
Terezinha disse ainda que, sem autonomia nem recursos para investir, a Chesf foi constrangida recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que vetou sua participação em novas licitações sob alegação de que a empresa está com muitas obras atrasadas. “Como pode uma empresa que tem que transferir todo o seu lucro e arcar com prejuízos impostos por medidas eleitoreiras do Governo Federal vai poder ter condições de continuar operando e fazendo obras?”, questionou. “A Chesf não só está sem recursos para tanto quanto não tem conseguido manter a contento suas linhas de transmissão sendo continuadamente acusada de responsável pelos apagões nordestinos”, concluiu.