Por Ricardo Paiva Diretor do Cremepe Há três maneiras do poder ser exercido, particularmente refiro-me ao poder executivo presidencial ou estadual.

Na primeira possibilidade, o político eleito tem o reconhecimento que seu poder é conferido pelo povo, tem caráter transitório e busca estabelecer um modo de gestão que consolide e concilie a promoção de ações republicanas com projeto de manter seu grupo político no exercício do poder.

Nessa condição descrita, a necessidade de manter poder se presenta como risco.

Esse governante pode tender a torna-se messiânico ou unigido, habitar um limbo acima dos que o elegeram e utilizar mecanismos mistificadores e manipuladores já que seu compromisso maior está tutelado ao interesse da manutenção do grupo político no poder.

Aí teremos nitidamente uma proposta de governo e não de Estado.

A segunda alternativa que o eleito pode assumir é aquela que ocorre hoje pela elite política brasileira: O sentido da gestão é o poder e qualquer avanço que traga está atrelado a possibilidade de conquista de votos.

Programas são desenvolvidos com viés eleitorais e gastos estão atrelados a mecanismos financiadores da permanência nos cargos.

Infelizmente é hegemônica essa prática e não desenvolve a organização social, não consolida crescimentos sustentáveis, fundamentais para a democracia e bem estar da nação.

O país é dividido entre as forças políticas buscando sua manutenção.

A terceira alternativa é a visão do Estadista: Está em conexão com a vontade popular, sabe para onde levar o país, tem capacidade de desenvolver interlocução com os diversos atores sociais e é capaz de buscar harmonia nas complexidades de interesses.

Sua atuação não apenas é republicana mas vinculada com a transformação social e como líder é capaz de promover o debate, identificar cenários e absorver as pressões, com argumentação qualificada para garantir o desenvolvimento.

Para o Estadista, a crítica é bem vinda e analisada como possibilidade de inovação.

As ações de Estado sobrepõem-se as de Governo.

O Estadista crê que mais importante que o tempo de exercício de poder é a possibilidade de compartilhar com a sociedade para garantir a institucionalização da eficácia das ações e revolucionar mudanças quebrando o estabelecido e garantindo uma democracia participativa.

Necessitamos no importante momento da vida de nosso país identificar quais os candidatos tem perfil de estadista e cobrar de todos um compromisso com ética republicana, transparência e diálogo para que a Democracia seja fortalecida.