A estratégia petista de enfatizar nas ruas e redes sociais Eduardo Campos como traidor, após o ex-governador ter rompido a aliança com os petistas para para lançar-se candidato à Presidência, pode não render os resultados esperados, pelo menos em Pernambuco.
O primeiro levantamento de opinião do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau sugere que o rótulo que o PT de Pernambuco tenta emplacar não tem aderência entre o eleitorado.
Na pesquisa em questão, o Instituto Nassau perguntou aos entrevistados se eles já tinham tomado conhecimento de que Eduardo não era mais aliado de Lula e Dilma. 55% dos entrevistados afirmaram que já sabem que o socialista não é mais aliado de Dilma e Lula.
Somente 9% ainda acha que os antigos aliados estão juntos agora. 35% não sabe ou não respondeu.
Em tese, este contingente pode mover-se para um lado ou outro, a depender da evolução da campanha.
Entretanto, já há pelo menos uma evidência prática de insucesso.
Nas eleições municipais passadas, o PT tentou a mesma estratégia contra o palanque socialista, sem sucesso, tendo Geraldo Júlio vencido a disputa para a Prefeitura do Recife.
No mesmo levantamento, o Instituto Nassau perguntou aos entrevistados se eles prefeririam que Lula e os petistas voltassem a ser aliados. 60% dos entrevistados afirmou que não e 19% declarou que era indiferente.
Em contrapartida, 18% dos entrevistados disseram que sim, prefeririam que Eduardo Campos voltasse a ser aliado de Dilma e Lula. 4% não sabe ou não respondeu.
João Paulo no ataque No site da Folha de São Paulo deste domingo, o candidato a senador João Paulo repete o mantra. “Essa impressão não é coisa nossa, é do próprio eleitorado.
Quem pulou do barco não fomos nós.
O Lula acreditava piamente que Eduardo iria apoiar Dilma”, diz o ex-prefeito do Recife João Paulo Lima, pré-candidato do PT ao Senado.
A estratégia, que vale tanto para a campanha à reeleição de Dilma como para a disputa estadual, repetirá que o ex-governador pernambucano, do PSB, traiu os petistas ao encerrar uma aliança de quase sete anos para se lançar candidato à Presidência da República.
O PT aposta na imagem do ex-presidente Lula, nascido no Estado, para enfrentar Campos em seu reduto eleitoral.
O PT também busca creditar as realizações do governo pernambucano, que era comandado por Eduardo Campos até o início deste mês, aos investimentos das gestões de Lula e Dilma no Palácio do Planalto.
Os petistas esperam contar com Lula em Pernambuco a partir de maio.
O roteiro imaginado pelo PT local inclui atos com Lula na região metropolitana do Recife, no agreste e no sertão.
O PT apoiará Armando Monteiro Neto (PTB) para governador, com João Paulo Lima para o Senado.