Por João Fernando Coutinho Quem viveu o Recife na década de 1970 e início dos anos 1980 lembra do vigor econômico do centro da cidade.
Fábricas de refrigerantes e de sorvete na Cruz Cabugá e arredores, por exemplo, além de um comercio forte, davam vida à Capital pernambucana, que foi sendo drenada ao longo dos anos, com o fechamento das indústrias que lá funcionavam e a migração para novos polos de desenvolvimento do Estado, como o do Curado e, nos últimos tempos, para os litorais Sul (Suape) e Norte (Goiana, o mais recente).
Mas um novo ciclo se avizinha em nosso Estado Começou com o Porto Digital, seguindo com os novos equipamentos que estão surgindo nos antigos galpões do Porto do Recife.
E, principalmente, com o anunciado Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva Fiat Chrysler, que funcionará na Fábrica da Tacaruna.
Já reconhecido como um centro de referência na área Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), com o Porto Digital e suas 240 empresas, Recife ganhará destaque também em uma área em que poucos lugares no mundo possuem reconhecimento: o de desenvolvimento automotivo.
Desde o projeto até a execução do automóvel, tudo será feito aqui, no Estado.
Um carro gestado em Pernambuco para o mundo.
Isso só referenda a qualidade dos profissionais pernambucanos na área de tecnológica da informação, comunicação, design…
Para se ter uma ideia da importância do projeto, para receber esse empreendimento da Fiat, o quarto da empresa italiana no mundo, Recife venceu a disputa com a China e a Índia, dois países emergentes, polos de excelência em TIC e que brigaram para atrair tal centro.
Com isso, ratificamos a nossa vocação para esse setor da tecnologia.
Os outros centros da Fiat funcionam em Turim (Itália) e Auburn Hills (Michigan, EUA) e Betim (MG).
Além de atrair olhares de todo o mundo para as suas criações, e das centenas de empregos que vai gerar – falasse em 500 –, a ocupação da Fábrica da Tacaruna pela Fiat será mais um passo em direção ao renascimento do Recife.
Ela passará a integrar um cinturão de equipamentos que estão trazendo a vida de volta ao deteriorado centro da capital pernambucana.
Desde o início da gestão do governador Eduardo Campos (PSB), a área do Porto do Recife vem recebendo um olhar especial do poder público.
O Projeto Novo Porto propôs um retrofit na região portuária, que consistia em adaptar e melhorar os equipamentos lá existentes, dando uma nova destinação de serviços a uma região degradada.
Um conjunto de ações integradas e planejadas que retroalimentam o potencial de atração turística, cultural e de lazer no bairro.
Começou com o Centro de Artesanato, ao lado do Marco Zero.
Depois com o Terminal de Passageiros, o Cais do Sertão, bares, restaurantes…
A prova desta atenção ao local foi o fato de o governador ter escolhido justamente um equipamento da área para realizar o seu último ato, antes de deixar o cargo.
Ao assumir a Prefeitura do Recife, no ano passado, o prefeito Geraldo Julio (PSB) também passou a dar ao centro do Recife a importância que ele merece.
Prova disso são os domingos repletos de vida e alegria no município.
As famílias voltaram a ocupar as ruas. É nesse contexto que o empreendimento da Fiat se encaixa.
Ele reforça e referenda a vocação do Estado na área da Tecnologia da Informação e Comunicação, trazendo ainda mais a modernidade para os dias do Recife.
E também contribui para o renascimento do centro da capital pernambucana.
Temos que receber com alegria tal iniciativa, que vai permitir colocar o Recife na rota do futuro, num olhar além do horizonte.
João Fernando Coutinho (PSB) é deputado estadual A imagem deste post é do centro de design de Turin, antes e depois da reforma de uma antiga oficina abandonada.