Kleber Mazziero fala sobre importância do jingle em campanha política.

Foto: divulgação Em ano eleitoral, as cores, os números e até o jingle escolhido são elementos essenciais para se manter firme na disputa.

Nas eleições deste ano não será diferente.

Focado na questão do jingle, o maestro e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Kleber Mazziero, apontou que 13,8% dos eleitores trocam de candidato até a urna por causa daquela “música chiclete”.

A análise foi feita durante o 1º Seminário de Marketing Político e Legislação Eleitoral, no auditório da OAB-PE, no Recife, nesta quinta (10).

Segundo ele, uma pesquisa elaborada em 2001 mostrava que o jingle publicitário tinha perdido 65% do tempo em mídia.

Enquanto isso, a música eleitoral tinha uma sobrevida.

O maestro explicou que um levantamento elaborado este ano aponta que 7,4% dos eleitores chegam a trocar três vezes de candidato, por causa da influência da música. “Estes são os eleitores que tem um status mais emocional e algo no processo de casa até a urna o faz mudar de ideia.

Com isto, investir em música é sempre uma estratégia certa para o político até mesmo porque ele não custa mais do que 1% dos investimentos totais de uma campanha”, declara Mazziero, que é mestre do Laboratório de Criação de Jingles da ESPM e autor de mais de 150 jingles eleitorais.

Alguns candidatos ficaram famosos pelos jingles, como Getúlio Vargas (Retrato Velho), Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros (Varre, varre, vassourinha), Lula (Lula lá).

Nas eleições municipais do Recife, em 2012, o jingle 15615 do vereador André Ferreira (PMDB) “grudou” na cabeça dos cidadãos mesmo após o pleito.

Segundo o deputado federal Anderson Ferreira, criador da paródia, a música foi fator importante na eleição do irmão.

Foram 15.774 votos.

De olho na influência da música sob os eleitores, Eduardo Campos e Marina Silva receberam do música Arnaldo Antunes os direitos para inserir a música “Atenção” no programa partidário.

A voz do cantor e compositor aparece no início do vídeo.

Pesquisa recente do Ibope, inclusive, destaca que o rádio é o único veículo da mídia tradicional a atingir o público em qualquer lugar e qualquer hora, inclusive as pessoas que fazem compras passam 17% mais tempo ouvindo rádio que vendo televisão.

Desta forma, atesta-se que o rádio continua sendo um ótimo meio de comunicação, especialmente no que diz respeito à comunicação política, neste período pré-eleitoral 2014.