A deputada Terezinha Nunes (PSDB) vai articular com os parlamentares da bancada pernambucana na Câmara Federal para que coloquem em pauta o projeto de lei 1.078/2011, que federaliza os crimes contra a atividade jornalística.

A matéria está em tramitação e aguarda parecer na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

A proposta permite que a Polícia Federal participe da investigação desses crimes, quando as autoridades estaduais não conseguirem esclarecer o caso em 90 dias.

Terezinha fez o anuncio, nesta segunda-feira (07) durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco, em homenagem ao Dia Nacional do Jornalista.

A parlamentar, que é jornalista profissional, chamou atenção para os casos de violência que tem sido praticado contra os profissionais de imprensa no mundo inteiro. “Mais de 150 profissionais estão encarcerados atualmente em diversos países, em alguns casos há vários anos e sem julgamento, enquanto 119 foram assassinados em 2013”.

Segundo a tucana, a maioria dos profissionais mortos não estava cobrindo conflitos armados, mas sim histórias dos locais onde vivem, com temas relacionados, principalmente, à corrupção e a atividades ilegais, como crime organizado e drogas.

No Brasil, somente no primeiro trimestres deste ano, quatro jornalistas foram mortos em serviço - número maior do registrado na Síria, com quatro mortes.

Nessa estatística está o caso do cinegrafista da TV Bandeirante Santiago Andrade, atingido por um rojão durante as manifestações do movimento Catraca Livre, no Rio de Janeiro.

Nos choques acontecidos nas manifestações de junho, 114 jornalistas e outros profissionais de imprensa ficaram feridos. ‘Somos o país mais perigoso para a profissão no continente e no ranking mundial de liberdade de imprensa, que é composta por 179 países, ocupamos a 108º colocação, ficamos atrás de países como o Suriname (31º), dos Estados Unidos (32º), de El Salvador (38º), de Trinidad e Tobago (44º) e Haiti (49º).

A violência contra jornalistas no país é caracterizada pela ação de milicianos, traficantes ou oligarquias políticas e fundiárias, que encomendam os crimes e, mais recentemente, pela polícia, como foi registrado durante manifestações de rua quando a PM agiu de forma arbitrária contra esses profissionais.