Com a intenção de estimular o abate de jumentos abandonados à beira de estradas, o promotor de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) Silvio Brito promoveu uma degustação da carne de dois desses animais no último mês de março.

O promotor, responsável pela comarca de Apodi (RN), alegou que o consumo da carne dos equinos deve ser disseminado e chegou a sugerir que fosse utilizada para alimentar presidiários.

Determinada a impedir tal prática, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) lançou uma petição pela plataforma change.org exigindo do Ministério Público daquele Estado a suspensão imediata da iniciativa.

Sociedade Vegetariana Brasileira defende o fim do abate de jumentos no Nordeste.

Foto: sxu.hu Em defesa dos animais, o presidente da SVB defende a guarda responsável dos animais ao invés do extermínio. “O Ministério Público deve proteger os animais e está fazendo justamente o contrário.

Estes animais não têm culpa de ter sido abandonados à própria sorte”.

Ainda segundo Winckler, a maioria desses animais foi abandonada após servir como instrumento de carga por anos e ser trocados por tratores e motocicletas. “Agora, pessoas que os criaram e exploraram para trabalho querem promover seu extermínio”, completou.

A petição lançada pela SVB solicita ao Procurador-Geral de Justiça do MPRN, Rinaldo Reis, a suspensão imediata da iniciativa e o encaminhamento dos jumentos abandonados para adoção por fiéis depositários e abrigos que se comprometam a cuidar e preservar a vida destes animais.

Um vídeo que circula na internet mostra o abate de um jumento ao som de crianças gargalhando.

Alguns usuários do Facebook que moram na região alegam que o jumento abatido nas imagens é um dos que foram experimentados pelo representante do MPRN e seus convidados.

O promotor afirmou, em reunião no MPRN no dia 31 de março, que a previsão para os próximos seis meses é de continuar realizando alguns abates em caráter experimental e educativo, em média de dez a 20 animais por mês.

A carne seria entregue a restaurantes e a pesquisadores de veterinária e zootecnia.

A petição deverá ser entregue, em mãos, ao Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis.

Segundo a Vigilância Sanitária, a comercialização desse tipo de carne não é permitida, já que não existem abatedouros de jumentos ou cavalos legalizados.