Por Wagner Santos, doutorando em história pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especial para o Blog Está cada dia mais clara e cristalina a estratégia montada pela oposição para a disputa presidencial que se avizinha.
Eduardo e Aécio são partes distintas de uma mesma estratégia que tem como objetivo principal apear o PT do poder, a qualquer custo e por qualquer meio.
Mas, por que os dois caminham, aparentemente, separados se a estratégia é a mesma?
Simples.
Juntos, só restaria dois candidatos fortes - Dilma e seu opositor - o que inviabilizaria o segundo turno, pois teríamos uma eleição plebiscitária já no primeiro.
Caminhando separados, deixam em aberto a possibilidade de um segundo turno.
Quando, se esta possibilidade se concretizar, caminharão juntos.
Não importando quem passe.
Pois para o conglomerado conservador e direitista que ambos representam, para apear o PT do poder “qualquer um serve”, como bradou dia desses FHC.
Esta estratégia explica alguns acontecimentos e as constantes conversas e trocas de gentilezas entre os dois netinhos - a cálida união entre o protótipo de coronel moderno e o bom vivant pós-moderno das alterosas, numa reedição esdrúxula de certa politica dos anos 20 e 30 do século passado que procurava mascarar, disfarçar o atraso e o conservadorismo sob os signos irradiados dos anéis bacharelescos dos filhos das aristocracias de sempre.
Com aqueles ungidos, quase sempre, ao cenário político por seus pais - Os Bornhausen, os Caiados, os Fortes, os Freires, os FHCs de hoje -, conservadores e carrancudos demais para encarnar e se travesti de novidade ou da “nova política”.
O abraço fraterno de Lacerda em Aécio nas Gerais, os pseudo candidatos do PSB em São Paulo e Rio.
O embarque do PSDB no governo Eduardo em Pernambuco entre outros “fatos políticos” expressam muito bem os arranjos desta estratégia, coroada pelo acordo de não agressão mútua firmado entre os dois netinhos.
O problema disso tudo é convencer o eleitor de que Eduardo não é Aécio e de que este não é aquele, tamanha simbiose de ambos nos dias que correm.
Inclusive com a recente bajulação eduardista a FHC e aos mercados amigos de sempre, aqueles do tripé econômico.
Estes sim, são farinha do mesmo saco.