Beijinho no ombro para a ética ou não?

Após um “acordão” político, o ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União (TCU), protocolou, nesta quinta (03/04), pedido de aposentadoria antecipada.

Ele aceitou convite da presidenta Dilma Rousseff para assumir a vice-presidência de Governo do Banco do Brasil, em substituição ao presidente nacional do PTB, Benito Gama.

Ele poderia ter permanecido no TCU até 23 de outubro, quando completa 70 anos de idade.

Até ai tudo bem.

Vai para onde quiser e dona Dilma pode enfia o ministro em qualquer estatal.

Há, contudo, interesse partidário em acomodar Gim Argello, no TCU, para facilitar a composição da chapa do PT para o Governo do Distrito Federal.

Em virtude deste “loteamento político” de um cargo de ministro do TCU, as Associações Nacionais dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC) e do Ministério Público de Contas (AMPCON) estão convocando a mídia e a da sociedade civil organizada para participar do II ATO PÚBLICO NA RAMPA DO TCU e protestar contra a provável indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para o cargo vitalício de Magistrado da mais Alta Corte de Contas do País.

O local do protesto será a rampa do prédio sede do TCU, em Brasília, segunda-feira, às 15 horas.

O Congresso Nacional pode aprovar o nome do senador já na próxima terça-feira, dia 8 de abril.

Essa provável indicação pelo Congresso Nacional constituirá grave violação às exigências constitucionais de idoneidade moral e reputação ilibada, já que o senador Gim Argello foi denunciado pelo Procurador-Geral da República, no Inquérito 3.059, pelo crime de peculato e dispensa indevida de licitação.

Além disso, o STF autorizou a investigação no Inquérito 3.746, sobre indício da prática de crime de lavagem de dinheiro envolvendo o senador, que também figura como acusado no Inquérito 2.724, que apura a prática de crimes de apropriação indébita, ocultação de bens e corrupção passiva.

Investigação do MPDFT e da Polícia Civil do DF também indica, segundo várias matérias jornalísticas, a participação do candidato em esquema fraudulento de concessão de bolsas de pesquisa para a Copa-2014.

Não é a primeira vez que o Senado Federal tenta emplacar um senador envolvido em processos do STF.

Em 2004, deu-se acirrada controvérsia acerca da indicação para o cargo de Ministro do TCU do então senador Luiz Otávio (PMDB-PA), que respondia perante o STF por suspeita de envolvimento em desvio de recursos do BNDES para empresa de sua família, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

O nome do ex-senador Luiz Otávio, apesar de aprovado pelo Senado Federal, acabou rejeitado pela Câmara de Deputados, após três anos de questionamentos sobre a nomeação.