Fotos: reprodução do Facebook Vinte e cinco anos depois de começar o primeiro mandato como prefeito de Caruaru, no Agreste do Estado, o vice-governador João Lyra Neto (PSB) assume nesta sexta-feira (4) o comando do Governo de Pernambuco, após a renúncia do governador Eduardo Campos (PSB), que disputará a Presidência da República.
O ato oficial ocorre às 15h30, na Assembleia Legislativa e a transmissão do cargo será no Palácio, às 17h.
A posse de Lyra é acompanhada com expectativa quanto ao engajamento do futuro governador na campanha do secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB).
O vice-governador tinha a expectativa de ser o escolhido para disputar a sucessão estadual, mas foi preterido porque Campos procurava um candidato que pudesse assumir melhor o perfil da “nova política”, slogan que guiará a campanha presidencial.
Leia também: Transição de Eduardo e Lyra será marcada por simbolismos Por duas vezes, João Lyra comandou gestões como prefeito de Caruaru.
Ocupou o cargo entre os anos de 1989 e 1992, como integrante do PMDB, e entre 1997 e 2000, no PSB.
Entre as duas gestões, ele foi deputado estadual, já no PSB, entre 1994 e 1996; quando foi vice-líder do terceiro governo Miguel Arraes (PSB).
Depois de ter voltado à Prefeitura de Caruaru, João Lyra teve rápidas passagens pelo PPS e pelo PT.
Em 2005, filiou-se ao PDT, partido pelo qual disputou a vice-governadoria na chapa de Eduardo Campos.
Ele voltaria ao PSB em outubro do ano passado, depois de ter rompido com o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT) e em meio a tentativa de se viabilizar como sucessor de Campos.
João Lyra Neto entrou na política seguindo o caminho do pai, João Lyra Filho, que foi prefeito de Caruaru em 1959.
A eleição se deu já pela Frente Popular, grupo que elegeu Miguel Arraes como prefeito do Recife no mesmo ano.
O irmão mais velho, Fernando Lyra, foi seis vezes deputado federal e ocupou o cargo de ministro da Justiça entre 1985 e 1986.
Por influência da família, o futuro governador de Pernambuco esteve sempre ligado à política e à Frente Popular.
Nos anos 60, já participava do movimento estudantil da Faculdade de Direito do Recife (FDR).
Nas décadas seguintes, integrou o movimento contra o Regime Militar e pelas Diretas Já.
Por outro lado, demorou a se candidatar por ter assumido os negócios da família desde os 20 anos.
O pai caminhoneiro deu início ao trabalho com transportes.
Hoje, a família é dona da empresa Caruaruense, administrada por uma das filhas do vice-governador, Nara.
João, que é casado com Leila Lyra, ainda teve outras duas meninas: a médica Paula e a procuradora Raquel, que ocupa o cargo de deputada estadual e deve ser uma das articuladoras do novo governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Como vice de Eduardo Campos, a principal missão de João Lyra foi comandar a secretária estadual da Saúde, cargo que assumiu em 2008 e manteve até 2010, quando se desincompatibilizou para disputar a reeleição.
Lá, foi responsável pela mudança no modelo de gestão e pela criação da rede de UPAs.
João Lyra Neto vai comandar o Estado durante nove meses.
Publicamente, promete uma gestão de continuidade, mas nos bastidores especula-se até onde ele pode estar magoado com Campos por ter sido preterido como candidato.
Na prática, o governo Lyra começa já na segunda (7), às 8h, quando ele reúne pela primeira vez o novo secretariado anunciado nesta quinta (3).