Com o tema O Golpe Passado a Limpo: 50 Anos Depois, a Universidade Federal Rural de Pernambuco, a Associação dos Profissionais de História, a Universidade de Pernambuco, a Administração de Fernando de Noronha e a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos, promovem um seminário durante esta semana, entre 1º e 4 de abril.
O principal objetivo é ampliar o debate sobre o Golpe Militar de 1964 e seus significados.
No evento, Fernando de Noronha terá um espaço inédito, com destaque no Painel Memórias, onde será levantada a questão do imaginário de exílio, reclusão e degredo.
De acordo com a Professora de História da UFRPE e organizadora do evento, Marcília Gama, os debates vão proporcionar à sociedade uma ampla discussão sobre os significados e desdobramentos dos 21 anos do golpe no país, permitindo uma ampla reflexão sobre os avanços e recuos da sociedade brasileira nos últimos 50 anos. “A discussão trará à tona o que se sabe até o momento sobre o universo obscuro da repressão, a resistência política e o longo processo de redemocratização tendo como destaque especial às ações de reparação e retomada do Estado de Direito, como imprescindíveis para a compreensão sobre o período e a retomada da redemocratização do País” diz Marcília.
No primeiro dia, o painel O Estado de Direito, Reparações e Direitos Humanos dá início às atividades, às 18h30, sob coordenação de Humberto Miranda, Professor do Departamento de Educação e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da UFRPE.
Na quarta-feira, dia 02 de abril, às 15h, acontece uma mesa redonda com o tema Memórias do Cárcere: Os Presos Políticos de Itamaracá.
Em seguida, a historiadora Grazielle Rodrigues comanda o painel Memórias - Fernando de Noronha: o imaginário de exílio, reclusão e degredo.
Entre os debatedores, a historiadora e coordenadora do Programa de Resgate Documental de Fernando de Noronha, Marieta Borges.
Este painel contará com relatos de moradores da época e também de ex-presos que estiveram no arquipélago.
Para a historiadora Marieta Borges, que coordena o Programa de Resgate Documental de Fernando de Noronha há mais de 30 anos, o evento é uma grande oportunidade de trazer à tona um tempo que Noronha viveu, com idas e vindas de presos para o arquipélago. “O Brasil não ficou sabendo na época.
Hoje a gente pode falar sobre isso.
Mostrar quem foi, que pessoas foram para lá - estudantes, profissionais, deputados, governadores - todos isolados no mesmo lugar” destaca Marieta.
Ainda sobre a participação do arquipélago de Fernando de Noronha no evento, a moradora da ilha, Grazielle Rodrigues, e também historiadora, comemora a oportunidade de desmistificar o que foi Noronha nesse período. “Todo mundo pensa que a Ilha foi lugar de tortura.
E não foi isso.
Foi um lugar para alojar os presos - Pessoas como Miguel Arraes, Seixas Dória, além de outros 32 presos que tinham participação fundamental no movimento político”, declara Grazielle.
Para as duas historiadoras da ilha, o que é mais fantástico é ser esse o primeiro evento com uma mesa exclusiva sobre Noronha. “A própria historiografia relega muito a participação de Noronha do processo histórico brasileiro.
O arquipélago não podia, de forma alguma, ficar fora do debate sobre o Golpe Militar”, acrescenta Grazielle.
Na quinta-feira, às 15h, acontece a mesa redonda sobre Militância e Resistência Política.
Em seguida, às 18h30, tem início o painel A Lei de Acesso a Informação e os Acervos da Repressão.
Já na sexta-feira (04), último dia do evento, a mesa redonda Cotidiano vigiado ocorre sob comando do Professor Juarez José Gomes, Diretor do CODAI e ex-preso político.
Em seguida, às 18h30, o painel A Tortura e a Violação dos Direitos Humanos, sob coordenação Professora Doutora Marcília Gama, encerra o evento.
A abertura oficial do evento acontece amanhã, dia 1º de abril, no Salão Nobre da Universidade Federal Rural de Pernambuco, às 18h30.
A solenidade contará com a presença da Professora Doutora Maria José de Sena, Reitora da UFRPE, do Professor Doutor Marcelo Carneiro Leão, Vice-Reitor da UFRPE, do Professor Phd.
Paulo Donizetti, Diretor do Departamento de História, da Professora.
Phd Giselda Brito, Coordenadora do Curso de Graduação em História, de Paulo Moraes, Secretário Executivo da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, de Romeu Baptista, Administrador Geral de Fernando de Noronha e do Professor Carlos Calado, Reitor da UPE.
Também marcam presença professores e historiadores que comandarão os debates e discussões.