Por Henrique Barbosa São Lourenço, cidade-sede da Arena Pernambuco é um município com mais de 100 mil habitantes e fica pertinho do Recife, a 20 km.
Cidade boêmia, adora uma música, uma caninha e uma cervejinha estupidamente gelada.
As ruas e calçadas ficam diariamente cheias de mesas e cadeiras, o povo na maior farra.
Foi nesse ambiente que, antes da volta pra casa resolvi parar em um dos bares para assistir e acompanhar a reação dos presentes, eleitores ou não.
A atração seria os 10 minutos do guia eleitoral de Eduardo Campos e Marina Silva, da coligação PSB/Rede.
Pedi uma Coca Cola e um sanduíche de pão francês com queijo do reino.
Uma delícia!
Nas cenas iniciais, aparecem vários estados brasileiras numa sequência dinâmica e agradável.
Eles gostaram.
Depois entram no estúdios os atores principais.
Eduardo e Marina.
Frente a frente começaram a falar do Brasil, das mudanças, do presente, do futuro.
Tudo de bom.
Me dá uma branquinha aí menino pra ver se eu enxergo melhor ou se a sua televisão está quebrada.
Esse negócio preto e branco lá trás está muito feio ( referia-se ao estúdio com um fundo em preto e branco ).
Tomado o gole, balançou a cabeça e tornou a olhar pra TV. - vixe, é preto e branco mesmo. - Coitado do nosso governador e dessa que está ao lado dele, criticou.
Lá pelo meio do programa, outra crítica.
Dessa vez, foi com o comportamento dos protagonistas. - Parece que eles se conheceram agora.
Que conversa esquisita e sem graça.
Ninguém dá um sorriso, questionou, deu as costas para o programa e engatou um papo com um colega ao lado que dizia não gostar de política e “que tudo era papo furado pra ganhar os votos dos bestas”, disse.
São Lourenço é uma cidade onde o seu prefeito Etore Labanca é muito querido pela população.
Tanto é que já foi prefeito três vezes.
E o governador Eduardo Campos não fica atrás e tem uma popularidade nas alturas.
Fez a Arena lá, duplicou a BR que dá acesso a cidade e gerou muitos empregos naquela região.
A reação negativa daquele grupo, creio, deve-se a monotonia do programa.
Creio ter sido feito para um público jovem que curte internet, hashtags, mídias sociais, por aí.
Mostrou uma dupla desentrosada, tensa, travada e sem roteiro.
Em determinado momento Marina disse que o importante para o Brasil seriam as mudanças que ele acredita que deveriam ocorrer “independente das forças e do partido que fosse eleito”.
Pelo amor de Deus, dizer isso na frente do presidente e candidato do seu partido à Presidência da República.
Ninguém viu isso?
Não tem revisor, marqueteiro?
Ou Marina fala o que quer.
Cometeu um erro histórico quando falou da trajetória dos dois.
Pelo que consta, Eduardo Campos não lutou pela reforma agrária com o seu avô, Miguel Arraes que a defendia em 1964, quando foi cassado.
Naquela época, o governador era uma criança.
O cenário onde colocaram os dois estava tecnicamente perfeito, porém sem vida.
Mais.
Não foram apresentados ao Brasil.
Se no Sul e Sudeste a população conhece Marina, desconhece Eduardo Campos.
São Paulo é um desastre.
As pesquisas estão aí para demonstrar.
O governador é uma pessoa alegre, desenvolta e podia ter falado tudo o que falou de uma forma mais descontraída.
No final, um escorregão do governador ao olhar para a câmera e dizer “precisamos de você para nos ajudar a mudar o Pais para melhor.
Queremos você na política”.
Soa contraditório já que o seu secretariado é maioritariamente técnico e os candidatos escolhidos por ele para a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado são excelentes técnicos.
Não faziam política.
Esses, os políticos, foram reprovados.