O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, depois de reunir as 27 assinaturas necessárias para abrir a CPI da Petrobras, no Senado, com a ajuda do PSB, afirmou que agora planeja obter aval na Câmara dos Deputados, também.

O número é simbólico, 171. “Vamos, na semana que vem, continuar colhendo assinaturas na Câmara para que ela seja uma CPMI, portanto, mista.

Mas já temos CPI no Senado.

E não alcançando o quórum na Câmara ela deverá ser instalada no Senado Federal.

Faremos isso com responsabilidade, com serenidade.

O que não podemos aceitar mais é essa terceirização de responsabilidades, é uma denúncia atrás da outra.

A Petrobras foi violentada nas suas melhores tradições de correção, de seriedade, e foi aviltada no seu patrimônio.

A Petrobras vale hoje menos da metade do que valia há quatro anos.

Não podemos aceitar isso passivamente.

Foi um bom momento para o Senado Federal, um momento de altivez.

Quero cumprimentar inclusive, ou em especial, os senadores da base governista que nos deram o número necessário à instalação dessa CPI”. “Alguns setores dissidentes da base governista têm mostrado interesse em assiná-la.

Por isso, quando propus a apresentação dos dois requerimentos era quase que uma defesa nossa.

Conseguimos no Senado, apresentamos no Senado e foi o que fizemos.

Já temos a CPI no Senado.

Se conseguirmos na Câmara, acho que seria interessante também ter a Câmara participando dessas investigações.

Vamos da preferência à CPMI, à Comissão Parlamentar Mista.

Mas semana que vem é o prazo.

Se semana que vem não alcançarmos o número de assinaturas necessárias na Câmara, 171, vamos colocar em funcionamento a CPI no Senado e esclarecer o que foi que aconteceu com a mais importante empresa brasileira desde que o PT dela tomou posse”.

O tucano sabe que o protocolo por si só não garante a instalação da CPI.

O governo Dilma ameaçou ir atrás de senadores para convencê-los a retirar a assinatura. “Quero crer que um senador da República que coloca seu apoiamento em uma matéria de tamanha relevância não vai tirar sua assinatura, porque terá que dar muitas explicações.

E, na verdade, obtendo o número de assinaturas necessário, o presidente do Senado só tem uma alternativa, instalar a comissão.

Não cabe a ele discussão sobre mérito, não cabe a ele qualquer tipo de recurso.

Cabe a ele ler a instalação da comissão e solicitar aos líderes que façam a sua composição.

A CPI está com seu número garantido no Senado.

Tenho convicção que nenhum senador da República irá desdizer a si próprio e irá permitir que sua assinatura seja retirada por maiores que sejam as pressões do governo, que sabemos, inclusive, já começaram”.