Foto: Agência Brasil Sobre a polêmica em torno da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias na Petrobras, o senador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à presidência da República, mostrou-se confiante, em entrevista à Rádio CBN, que a comissão será formada.
Apesar de a bancada tucana no Senado ser reduzida, o senador confia no apoio de políticos de outros partidos para encampar a proposta. “Fizemos uma avaliação ontem à noite e há uma possibilidade real de alcançarmos hoje no Senado esse número de assinaturas, por uma razão: a gravidade do tema e a percepção de que na opinião pública, na sociedade brasileira, também há esse sentimento de que essa questão está muito mal explicada”, comentou Aécio, alegando que o governo federal tem uma postura reativa. “É um governo que só toma providências no momento em que alguém é pego com a mão na botija.
Foi assim com os inúmeros ministros que acabaram sendo afastados do governo e está sendo aqui, mais uma vez, em um episódio de uma gravidade extrema, como esse”, acrescentou.
Segundo o tucano, a CPI é a oportunidade para Dilma prestar esclarecimentos, uma vez que a comissão não tem caráter punitivo. “A conta não fecha, o governo tem que escolher entre duas explicações absolutamente contraditórias.
Ou foi um bom negócio, como diz [o ex-presidente da Petrobras, Sérgio] Gabrielli, em função da questão de mercado na época, e essas cláusulas são absolutamente normais, ou, como diz a presidente da República, ela foi enganada a partir da omissão das informações.
A questão é muito grave e vamos lutar para que ela possa ser esclarecida”, declarou Aécio.
Sobre o possível desgaste da imagem da presidente com a CPI Mista, Aécio foi enfático ao afirmar que “o que desgasta Dilma é a realidade”. “A presidente da República se elegeu há alguns anos, em 2010, sustentada em dois pilares fundamentais.
O da economia, que ia muito bem, emprego crescendo 10%, economia crescendo a 7%, e o segundo pilar, o da grande gestora, da mãe do PAC.
A economia está em frangalhos, essa decisão de rebaixamento da nota do Brasil emoldura uma ação desastrada do governo ao longo de todos os últimos anos, que fragilizou a nossa economia, recrudesceu a inflação, nos fez perder credibilidade”, defendeu Aécio.