João Fernando Coutinho e Marília Arraes na disputa pelo 4040.

Em ano eleitoral, mais do que estar ao lado de candidatos conhecidos e expor fotografias com aliados, as cores e os números escolhidos são elementos essenciais para se manter firme na disputa.

Nas eleições deste ano não será diferente.

O histórico número 4040 (40 é o número oficial do PSB), que acompanhou o ex-governador Miguel Arraes na candidatura para deputado federal, é alvo de disputa por dois socialistas.

Em 2006 e 2010, Ana Arraes, filha do político, foi a deputada federal mais bem votada no Estado usando a sequência numérica do pai, com 387 mil votos.

Na semana passada, o deputado estadual João Fernando Coutinho (PSB) entrou com requerimento na Comissão Executiva do partido pedindo a sequência.

No entanto, a neta de Miguel Arraes, a secretária de Juventude e Qualificação Profissional, Marília Arraes, fez a mesma solicitação.

Apesar de ter sinalizado o interesse, Coutinho afirmou, em entrevista por telefone, que não está “preocupado com o caso” e ressaltou que o interesse, agora, é acompanhar a comissão criada para apurar a crise energética no Estado. “Fiz meu pleito e o desfecho só se dará no dia 29 de junho, na convenção do partido.

Sempre estive junto ao PSB, inclusive na campanha de Arraes, em 2002.

Acho legítimo o pedido”, justificou o deputado.

Já Marília Arraes contou que o pedido foi protocolado por uma questão de “simbolismo” com o fato de, em 2002, o avô ter concorrido e ganho com o 4040. “Fiz o requerimento, não sei se antes ou depois [de João Fernando] e acredito que o mais correto é o sorteio, caso não se resolva com a conversa política.

O código eleitoral, no artigo 100, traz este procedimento”, ponderou a secretária, acrescentando ainda não ter tido tempo para uma conversa com o deputado.

Questionado sobre o fato de o 4040 ter atravessado gerações, Marília disparou que “número não é propriedade” e se disse confiante com a condução do processo.

Sobre o imbróglio, o secretário-geral do PSB, Adilson Gomes, explicou que os candidatos devem entrar num acordo para resolver o impasse.

Caso não aconteça, haverá um sorteio na convenção do partido.

Mas, em sua fala, Adilson pregou o “bom-senso” na decisão, numa referência à ligação de Marília Arraes com o número, associado à família há vários anos.