Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Uma dia depois de defender a possível criação de uma CPI para investigar as denúncias na Petrobras, o governador Eduardo Campos (PSB) teria ligado para os líderes do PSB na Câmara e no Senado para pedir às bancadas que assinassem o requerimento em favor da investigação, o que contrariava a primeira orientação de aguardar as explicações do Palácio do Planalto.

A informação é da coluna Painel, da Folha de S.

Paulo.

Durante o telefonema, Campos teria justificado o pedido sob a alegação de que o governo federal iria trabalhar para evitar que autoridades fossem convocadas em outras comissões, o que não ocorreu.

Na segunda (24), no Recife, Campos disse que o pedido de CPI seria necessário caso os esclarecimentos não fossem suficientes.

Leia também: Eduardo Campos defende criação de CPI da Petrobras Paulo Roberto Costa é suspeito de receber R$ 7,9 milhões por obras da refinaria Abreu e Lima A coluna diz ainda que o movimento do governador pernambucano foi interpretado de duas formas.

Para governistas, Eduardo teria feito o movimento para não ser ofuscado nos noticiários pelo senador Aécio Neves (PSDB), adversário na disputa presidencial, que defende a CPI.

Já o PSB disse que assim ele afasta a ideia de que temeria uma investigação sobre a construção da Refinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape.

No últim dia 15, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi preso pela Polícia Federal em meio a Operação Lava Jato por tentar destruir evidências.

Entre julho de 2011 e julho de 2012, Costa, que foi um dos responsáveis por Abreu e Lima recebeu R$ 7,9 milhões de um doleiro sob a sigla “CNCC”.

A palavra é tida pela PF como um código para o Consórcio Camargo Corrêa, responsável por obras de R$ 8,9 milhões na refinaria pernambucana.

No Congresso, a avaliação é que a oposição teria dificuldade para conseguir as assinaturas necessárias para implantar a CPI, em parte por causa do PSB.

A bancada socialista é tida como rachada.

Próximos do PT, os senadores Antonio Carlos Valadares (SE) e João Capibaribe (AP) podem não apoiar.