No encontro de salvador, neste sábado, o governador Eduardo Campos elogiou o discurso da ex-senadora Marina Silva e classificou como “inspirador”.

Ele se lembrou da sua primeira campanha ao governo de Pernambuco, fazendo uma comparação com sua atual candidatura à presidência, quando disputou contra os “grandes e poderosos”. “Quando comecei minha campanha para o governador, eu não tinha nem 4% de intenção de votos.

Enquanto outros tinham trio elétrico, eu tinha uma bicicleta de som pra falar no centro da cidade.

Chamei jovens de todo o estado para, junto comigo, disputar uma eleição.

E terminei ganhando a eleição contra as estruturas do poder, com 63% dos votos na primeira vez, me reelegendo com 83%.

Cumpri um a um os compromissos que assumi com a sociedade e tenho a certeza que o Brasil espera, dessa militância extraordinária, que a gente possa salvar as conquistas que o povo brasileiro, com muita luta, fez virar realidade nesse país.” Sobre a economia e a atual crise nos setores sucroalcooleiro e de petróleo e gás, Campos foi enfático, usando a estatal Petrobras como exemplo de má gerência. “Vejo, nesses setores tão estratégicos uma série de desacertos.

Só em São Paulo, 40 usinas de produção de álcool fecharam as portas nesta safra, deixando milhares de pessoas desempregadas.

E a Petrobras hoje vale metade do valor de mercado de três anos atrás, devendo quatro vezes mais do que devia na época. Às vezes eu fico sinceramente desconfiado se isso não faz parte de um jogo para desvalorizar a Petrobras e vendê-la.

Nós precisamos fazer o jogo correto, republicano e brasileiro, que é proteger a maior empresa pública do Brasil, formada por milhares de trabalhadores de grande qualidade.

Não podemos confundir a história dessa empresa com a história de episódios que precisam ser esclarecidos.” O presidente do PPS, Roberto Freire, também discursou.

Ele enalteceu os debates da Aliança PSB-REDE-PPS e o diálogo aberto com todos os setores da sociedade.

Freire também afirmou que a população tem um forte desejo de mudança e a que a presidente Dilma Rousseff está de “aviso prévio”. “Quando digo que a presidente Dilma está de aviso prévio, não falo nos números ou quantidade de votos de agora, pois apenas 30% do eleitorado conhece o Eduardo Campos.

O que importa saber é que a sociedade brasileira tem a perspectiva de, na próxima eleição, fazer uma mudança.

O debate que estamos iniciando neste país há muito tempo não se via fazer, com estudantes, empresários, população em geral etc.

Isso não aconteceu em eleições passadas.

Não sei se é somente a junção de dois grandes líderes, Eduardo e Marina, pois é o momento que o Brasil tem que definir seu novo ciclo, seu novo rumo.

Essa é a nossa responsabilidade.

Nós somos de uma região [NORDESTE]que continua tendo os piores indicadores sociais do Brasil.

Ainda não fizeram integração que pensamos na década de 50!

Quando isso virá?

Podemos e vamos buscar e fazer a virada.

Precisamos ingressar o país realmente no século XXI”, afirmou.