O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Márcio Stefanni, em contato com o Blog de Jamildo, ainda há pouco, rebateu as críticas da vereadora do Recife, Michele Collins (PP), candidata do PP ao governo do Estado nestas eleições, em relação à queda no emprego em fevereiro.
O tema também foi objeto de crítica da colunista Noelia Brito, em artigo no blog nesta terça-feira.
Com muita diplomacia, Stefanni pediu uma análise desapaixonada, pois o emprego era algo muito importante para as pessoas. “É ruim e é pequeno tirar uma foto de 883 vagas perdidas.
Temos que olhar a série histórica e não é verdadeiro que tenha afetado o Recife.
Não houve queda no Recife.
A vereadora também fala em queda na população rural e o Caged só mede emprego celetista, com carteira assinada.
Na zona rural, não há muita formalização.
Precisamos tratar com seriedade”, recomendou, em tom polido, mas duro. “No Recife, o saldo no mês foi de mais 1262 vagas criadas”.
O secretário explicou que, apesar de ter caído em fevereiro, o emprego no Estado maquele mês, em uma série histórica, demonstra que se teve o melhor fevereiro dos últimos anos. “Não se deve comemorar a perda de 883 empregos, mas tivemos o segundo melhor fevereiro da série histórica.
Só em um ano se teve saldo positivo em fevereiro.
Foi em 2011, começa a arrancada da refinaria.
São criadas 2069 vagas em 2011.
O pior mês foi fevereiro de 2005, quando tivemos 19 mil vagas suprimidas.
Em fevereiro de 2012, foram 3844 vagas suprimidas.
Em 2013, 4370 vagas suprimidas.
Nesta época do ano, a queda do emprego está ligada a história econômica de Pernambuco, com a entressafra da cana.
Com a política de desenvolvimento que tivemos, ano a ano a cana perde importância na formação do PIB.
Temos hoje outras atividades econômicas”, observou. “A entressafra da cana existe há 500 anos.
São problemas ligados a produção de cana.
As pessoas deveriam sabê-lo.
Se omitem (sabendo) é intencional (politicagem).
Como exemplo, Márcio Stefanni cita a queda naquele mês no emprego em Goiana e Igarassu, os mais afetados, exatamente duas cidades com tradição na produção de cana.
Goiana teve 2364 vagas suprimidas, mas no saldo final somou ainda 2018 empregos gerados.
Já Igarassu teve 2363 vagas suprimidas.
Ao contrário do que se poderia imaginar, Ipojuca ainda não está sofrendo com as demissões da refinaria de Suape.
Em fevereiro, ainda criou 375 vagas, pois é um pólo muito dinâmico. “quanto mais avançar, mais a refinaria vai demitir.
Tem demitido pouco pois está atrasado.
A refinaria está sendo obrigada a reter a mão de obra”, comentou o secretário. “Estou aqui defendendo uma política pública, não uma disputa de política partidária” Incentivos fiscais Márcio Stefanni diz que Pernambuco continua a crescer e vai crescer muito. “Em Pernambuco, temos atualmente já 24% do PIB industrial.
Nós plantamos as sementes para que se alcance 28%, um dos maiores do Brasil.
Trata-se de algo relevante, que somente foi possível com a atração de investimentos responsáveis”.
Estados vizinhos Em uma espécie de ironia fina, o secretário de Desenvolvimento elogia o crescimento de estados vizinhos como Bahia e Ceará neste ano, mas observa que se se olhar de 2010 para cá, a situação é outra. “Temos mais empregos do que eles.
Com êxito, nos antecipamos esses movimentos.
As obras deles (como promessa de refinaria) somente estão saindo agora (com reflexo no emprego)”, compara.
Veja abaixo a reportagem do JC com a vereadora do Recife e candidata ao governo do Estado pelo PP Por Roberval Sobrinho, no JC Pela primeira vez, em um ano e quase três meses do primeiro mandato, a vereadora do Recife, Michele Collins (PP), usou a tribuna ontem para fazer críticas contundentes ao governo do Estado.
Numa postura atípica ao seu desempenho como parlamentar de situação, ela detalhou em números a queda apresentada por Pernambuco entre os Estados que figuram no ranking da geração de empregos no País.
Michele, oficialmente, continua como pré-candidata ao governo pelo PP, e é aliada do PSB.
Porém, como seu nome também é cogitado para ocupar a vaga de vice na chapa do senador Armando Monteiro (PTB), candidato à sucessão do governador Eduardo Campos (PSB), suas recentes declarações soaram como parte de uma estratégia eleitoral de enfrentamento, já que, até então, a vereadora nunca havia se posicionado de forma contundente contra os socialistas.
Em seu discurso – baseado em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na segunda-feira (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego –, Michele chamou a atenção para o fato de o Estado ter amargado o terceiro pior resultado entre os Estados que geraram empregos.
Fez questão de frisar que a situação local é um contrassenso, já que o País registrou, no mês passado, o melhor resultado no setor desde 2011. “Pernambuco perdeu 883 empregos com carteira assinada em fevereiro.
Lamento a colocação, porque os números mostram que muitas famílias estão passando por dificuldades, principalmente aquelas que trabalham na zona rural”, observou a vereadora.
De acordo com Michele Collins, é preciso reverter os números. “Afinal de contas, recebemos muitos investimentos nos últimos anos e não justifica essa queda nos empregos formais”.
Para embasar sua fala, ela apresentou um rosário de números negativos. “Pernambuco perdeu apenas para o Amapá, cuja queda foi de 0,64%, e para o Maranhão, com redução de 0,18%”.
A realidade que abate Eduardo Campos