De olho nas campanhas estaduais e presidencial, o PT prepara para o feriado da Páscoa, entre 18 e 20 de abril, um evento, batizado de campus party’’, para treinar a militância a atuar nas redes sociais.

A ideia é formar um “exército digital’’ para divulgar e reproduzir ações positivas dos governos de Dilma Rousseff e Lula, além de contra-atacar notícias negativas. “Queremos combater as mentiras”, diz o vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice. “Temos que ter uma força que nos permita uma capilaridade para poder desmistificar essas coisas.” Orçado entre R$ 350 mil a R$ 400 mil, o camping digital ocorrerá em São José dos Campos (SP) e terá 58 eventos em três dias, entre oficinas, palestras e programação cultural, com shows dos Racionais MC’s e Teatro Mágico.

O PT estadual arcará com despesas de estrutura.

Segundo a organização, haverá oficinas de conteúdo e de criação de blogs, entre outros.

José Américo, secretário nacional de comunicação, diz que a ideia é reproduzir as experiências nos Estados.

Para os petistas envolvidos, há um entendimento de que parte do eleitorado será disputada nas redes sociais.

Entre as mesas de discussão estará uma sobre a Copa.

O PT teme que o movimento nas redes sociais contra a realização do Mundial se alastre e contamine as eleições.

Cantalice garante que não haverá orientação para ataques pessoais aos adversários.

Em janeiro, a página do PT no Facebook publicou texto chamando o governador Eduardo Campos (PSB-PE) de playboy mimado e dizendo que ele “vendeu a alma à oposição”. “Aquilo foi um ponto fora da curva.

Continuaremos, mas não nessa linha, vai ser uma linha mais branda”, diz.

A programação não está fechada.

Já estão confirmados o ex-ministro Franklin Martins, que cuidará das redes sociais da campanha de Dilma, e Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de SP.

Segundo a Folha de S.

Paulo, o PT convidou Jeferson Monteiro, autor da paródia virtual “Dilma Bolada”, mas ele pediu cerca de R$ 20 mil para participar.

Monteiro diz que recebeu proposta e a encaminhou à sua agência.

Ele não fala em valores. “Eu é que não vou sair da minha casa, viajar e ficar falando para centenas de pessoas de graça.”