Foto: BlogImagem Por Caroline Albuquerque Do Jornal do Commercio desta quinta-feira (13).

A fim de dirimir a resistência ao seu nome no setor sindical do PT, o senador Armando Monteiro (PTB), pré-candidato ao governo do Estado, tem tido conversas preliminares com lideranças sindicais petistas.

Acompanhado de interlocutores do próprio movimento sindical que já apoiam seu nome, o senador tem se empenhado pessoalmente em participar desses encontros que acontecem de forma reservada.

Também lideranças e dirigentes petistas, na mesma linha, têm feito reuniões com seus grupos sindicais.

Os “cavalinhos” começaram a andar de forma mais sistemática desde que o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Carlos Veras, descartou, em nota divulgada em fevereiro, o apoio à aliança com o senador, que tem associado ao seu nome a trajetória construída em meio ao empresariado e aos grandes usineiros.

Logo após a declaração, a cúpula do PT tratou de divulgar que essa opinião era pessoal do dirigente sindical.

Os petistas que compõe a cúpula da CUT, assim como as lideranças de bases, pretendem ir à plenária no dia 20 de março para decidir se a maioria apoia a aliança com Armando ou a candidatura própria.

Essa consulta acontece três dias antes de a Executiva Estadual do PT definir, conforme o calendário estabelecido nacionalmente, a posição oficial para a eleição de 2014.

Coordenador-geral da Sindsep-PE e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Goiana, afirma que as vozes resistentes são minoria entre os petistas sindicalistas.

Com pretensões de se lançar à vaga na Assembleia Legislativa, ele é defensor da aliança com Armando Monteiro, principalmente, por uma questão de sobrevivência.

Aos colegas sindicalistas, tem levantado os seguintes argumentos em favor da aliança: palanque forte para reeleger a presidente Dilma Rousseff (PT); focar e fortalecer as candidaturas proporcionais; e falta de unidade política dentro do partido, devido às cicatrizes que perduram das eleições de 2012, para partir para uma candidatura própria. “Já se vê uma disputa muito desigual em Pernambuco e não é bom a oposição sair dividida.

Além do mais, o PT está isolado”, alegou Goiana.

Segundo ele, os petistas inscritos na CUT giram em torno de 70 pessoas, desses, quase 20 são integrantes da cúpula sindical.

Hoje, o deputado federal Fernando Ferro, que assinou o documento em favor da candidatura do PTB, debate o assunto com sua base sindical. “Antes defendia uma candidatura própria, mas cada vez vejo que o cenário está difícil.

Estamos muito isolados”, ponderou o parlamentar.

A presidente estadual do PT, deputada estadual Teresa Leitão, procurou os “seus” para colocar essa questão.

Para evitar mais ruídos na base, os focos de incêndio estão aos poucos sendo contornados.

Com essa estratégia, a tendência é que, apesar de descartada a esperança de “maioria absoluta”, o setor sindical do partido chegue no dia 23 afinado com o interesse da cúpula nacional do PT, que já demonstrou seu apoio a Armando.