Autor da proposta de criação da Comissão Externa para apurar denúncias de pagamento de propina à Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore, o líder do Democratas, Mendonça Filho, vai propor ao colegiado de líderes e ao presidente da Câmara, Henrique Alves, que o grupo seja formado por cinco parlamentares, sendo dois da oposição e três da base do Governo.

A criação da comissão foi aprovada ontem, em plenário, contrariando o Palácio do Planalto e o PT.

Mendonça Filho defende, ainda, que antes de ir para a Holanda a Comissão tem de cumprir etapas no Brasil em busca de mais informações e do apoio de instituições de fiscalização. “Tanto a Controladoria Geral da União, quando o Tribunal de Contas de União, estão com investigações sobre a Petrobrás em curso.

Já o Ministério Público Federal pode nos ajudar com a sua área de cooperação internacional”, acredita.

A Comissão Externa deve ir à Holanda onde autoridades locais investigam o pagamento de suborno de US$ 30 milhões a estatal brasileira para garantir contratos que somam R$ 9 bilhões.

A SBM Offshore é a maior fabricante de plataformas de petróleo do mundo.

Antes disso, o líder do Democratas defende que a Comissão visite a Petrobrás para recolhimento dos contratos firmados entre a Petrobras e SBM.

A comissão deve recolher documentos, contratos, processos licitatórios, pagamentos como também buscar na Holanda, nos Estados Unidos e Inglaterra informações para subsidiar a investigação envolvendo a SBM e a Petrobras. “O que nós estamos defendendo é a preservação do patrimônio público, de uma empresa que pertence a todos os brasileiros e que, infelizmente, vive momentos muito críticos diante de um lado da má gestão e de outro de suspeitas graves de corrupção”, assegurou o democrata.

As suspeitas de pagamento de suborno pela empresa holandesa a funcionários da Petrobras foram publicadas inicialmente no jornal De Telegraaf, principal periódico da Holanda.

No Brasil as denúncias foram veiculadas pela revista Veja.

Conforme a reportagem, o pagamento de propina também ocorreu em outros países, como Itália, Angola e Guiné Equatorial e totalizam US$ 250 milhões.

Sobre questionamentos de que a investigação da comissão prejudicaria ainda mais a já abalada imagem da estatal brasileira, o líder democrata respondeu: “o que prejudica a imagem da Petrobras é o mix de má gestão - e os números estão aí para mostrar uma redução de mais R$ 200 bilhões no valor de mercado - com corrupção.

Isso é que prejudica a empresa.

Investigação, apuração é tarefa e dever do Congresso Nacional”, pontuou.