Por Vinícius Carvalho, especial para o Blog de Jamildo Por tradição e vocação militante as disputas eleitorais historicamente são para o Partido um meio, não simplesmente um fim.
Uma oportunidade única de debater ideias, de se aproximar da população no momento em que as pessoas estão mais atentas as questões políticas, boa hora de defender bandeiras e valores socialistas.
O cenário é extremamente favorável para renovação e retomada do papel de vanguarda que o PT sempre teve de apresentar o contraste e preencher as lacunas das candidaturas postas.
O Partido dos Trabalhadores deve ter candidatura própria para propor uma plataforma de governo que contemple princípios e diretrizes socialistas.
Apresentar para o povo uma plano que priorize o desenvolvimento humano, focado nas pessoas mais pobres que radicalize a participação cidadã e a abertura das decisões de governo através de mecanismos de escolha e planejamento direto, pensar num desenvolvimento econômico que frei o arcaico modelo de industrialização vigente em Pernambuco, trazer o estado para era digital, universalizando o acesso, sendo radical na preservação ambiental.
Priorizar e proteger os trabalhadores por meio de economia solidária, reforma agrária, agricultura familiar.
Consolidar o Sistema Único de Saúde formando uma rede sólida de saúde preventiva através de programas como o Saúde da Família e o Mais Médicos.
Elevar o patamar de ensino ao padrão das escolas federais, acompanhar o crescimento da rede de unidades de ensino superior e técnico implementados pelos governos Lula e Dilma.
Ser radical na defesa dos Direitos Humanos, humanizar a atuação das polícias e desenvolver uma política consistente de reestruturação do sistema carcerário que remete aos campos de concentração das mais sangrentas guerras, elevar a cultura e a arte ao status de direito e como vetor de formação humana e econômica.
Erradicar a pobreza e o analfabetismo no nosso estado, parar com o endividamento do Governo de Pernambuco que cresce de forma assustadora e a conta será paga, claro, pelo povo.
Programaticamente os motivos são muitos.
E politicamente há a necessidade de enfrentar o debate desleal e diário do Governador Eduardo Campos.
O Governador e pré candidato a presidente da república, Eduardo Campos, há muito se coloca como opositor (a direita) do Governo Dilma.
Desde os diversos acordos e dobradas na eleição presidencial passada, dentre outros, como no simbólico estado de Minas Gerias com Aécio Neves.
Se afastou da Frente Popular, rearticulou a falida União por Pernambuco, se afastou dos dos dois maiores partidos que apoiaram suas candidaturas, PT e PTB, se uniu a um dos mais vorazes e rasteiros adversários de Lula e Dilma, Jarbas Vasconcelos. É sabido por todos o quanto o Nordeste desenvolveu a partir do Governo Lula e o quanto Pernambuco foi central nesse contexto.
Eduardo Campos se coloca como novo, sendo da velha política, praticando a velha política e se colocando como ponta de lança do neoliberalismo e da direita que tenta retomar a dianteira na América Latina, disputando com Aécio a condição de pólo para que se unam num sonhado segundo turno (isso foi categoricamente afirmado pelo vice presidente Nacional do PSB, Roberto Amaral).
Apesar de pouco noticiado, o governador vem em gradativa queda de popularidade e a candidatura dele estagnou nos nove pontos percentuais mesmo tendo Marina Silva como cabo eleitoral.
Por outro lado a ideia de “quadro técnico” para exercer cargo direção política foi por terra com o no máximo razoável governo Geraldo Júlio, que até o momento não apresentou sequer uma mudança significativa na cidade do Recife.
O que se discute é a tese de candidatura própria, quadros políticos e conteúdo programático o Partido dos Trabalhadores possui.
Consistência e experiência para pleitear a cabeça da chapa não falta.
Ao que pese o pragmatismo eleitoral, de formação de chapa proporcional, de coligação federal, uma candidatura do Partido dos Trabalhadores só viria para qualificar o debate e seria facilmente harmonizado com a candidatura de Armando Monteiro que exaustivamente, de forma coerente, se coloca como apoiador irrestrito da reeleição da Presidente Dilma, teríamos uma soma de palanques em prol do mesmo objetivo nacional.
Por uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores e a certeza de que os sonhos não envelhecem.
Vinícius Carvalho, 31 anos, Militante do Partido dos Trabalhadores, participou das Direções Executivas do PT em Recife e Pernambuco