Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Da Agência Estado A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesse domingo, 09, por duas horas com o vice-presidente Michel Temer e voltou a oferecer o Ministério do Turismo para o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
A vaga já é ocupada pelo partido, mas está sob zona de influência da bancada do PMDB na Câmara.
Embora a proposta não seja nova, a tendência do partido, agora, é manter a aliança com Dilma e evitar mais conflito.
Uma nova reunião com a presidente será realizada nesta segunda-feira, 10, no Palácio do Planalto, desta vez com Temer, líderes e dirigentes do PMDB.
Diante de uma base aliada rebelada, que votará cinco requerimentos de convocação de ministros nos próximos dias, Dilma pediu ao vice-presidente que tente pacificar o PMDB, isolando o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
O governo quer chegar a um acordo com o PMDB para neutralizar a reunião da bancada da Câmara, prevista para amanhã.
Nesse encontro, um terço dos deputados do partido promete aprovar o rompimento da aliança com o governo.
Temer desautorizou Cunha a pregar o fim da parceria com o Planalto.
Poucas horas antes de se reunir com Dilma, ele disse que o PMDB quer manter o casamento com ela e não vê chance de divórcio. “Não é A nem B ou C nem sou eu quem vai dizer se o partido vai para um lado ou para o outro. É a convenção nacional que decide o que deve ser feito.
Tem dois terços que pensam em manter o casamento e, portanto, a maioria é pela manutenção da aliança, como eu”, afirmou o vice.
Ainda antes do encontro com Dilma, Temer convocou um seleto grupo do PMDB para uma reunião com ele, no Palácio do Jaburu.
No encontro ficou decidido que o PMDB não esticaria mais a corda com a presidente nem endossaria as posições de Cunha.
A portas fechadas os peemedebistas avaliaram que o bate-boca com o PT só prejudicava o próprio PMDB, que aparecia diante da opinião pública como fisiológico.
Dilma não se mostrou disposta a ampliar o espaço do PMDB na Esplanada, de cinco para seis cadeiras, e nem mesmo as ameaças de Cunha surtiram efeito.
A ideia de presidente é nomear o senador Vital para o Turismo, na vaga de Gastão Vieira - deputado licenciado do PMDB que deixará o posto para concorrer a novo mandato - e deixar o Ministério da Agricultura sob comando de um apadrinhado de Temer.
Até agora, o mais cotado para substituir Antônio Andrade na Agricultura é Neri Geller, hoje secretário de Políticas Agrícolas.
Pesquisas em poder do Palácio do Planalto indicam que Dilma cresce quando reage a pressões políticas e rejeita o “toma-lá-dá-cá”.
Foi assim quando ela fez a “faxina” administrativa que derrubou sete ministros, em 2011, e está sendo assim agora, de acordo com levantamentos de opinião pública feitos pelo marqueteiro João Santana.