Foto: BlogImagem Por Paulo Veras, repórter do Blog Tido como escolhido para disputar a sucessão do governador Eduardo Campos (PSB) por ser um quadro técnico do PSB, o secretário estadual da Fazenda Paulo Câmara rejeitou a pecha de “técnico” em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta quinta-feira (27). “Apesar de taxado como técnico, eu me considero como parte de uma nova geração de políticos”, afirmou, numa alusão ao mote da campanha presidencial de Campos.
Reproduzindo a estratégia de campanha utilizada pelo atual governador em 2006, Câmara prometeu que vai retomar a “Agenda 40”, projeto que promoveu encontros regionais no interior para ajudar a compor o programa de governo socialista e a divulgar o nome de Eduardo.
Neófito na política, o secretário tem o desafio de se tornar conhecido.
O roteiro de encontros deve ser definido na próxima quinta (6), logo depois de Câmara passar pelo teste do Carnaval.
Além do Recife, a agenda da Frente Popular já inclui cinco outras cidades por onde o secretário deve passar acompanhado do vice, o deputado federal Raul Henry (PMDB) e do ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), que disputa o Senado.
Na entrevista da Rádio Jornal, Câmara se esforçou para defender o legado de Campos; apesar da dificuldade para apresentar propostas mais concretas para Educação ou para resolver os problemas da Funase.
O candidato de Eduardo se sai melhor falando sobre assuntos com os quais trabalhou no Governo do Estado.
Sabe responder de cabeça qual o nível de endividamento da máquina estadual (52%), qual a poupança corrente do Governo (R$ 1,5 bilhão) ou apresentar a meta de investimento para 2014 (R$ 3,8 bilhões).
Talvez por isso o candidato esteja andando com um iPad que contém todo o mapeamento das ações desenvolvidas pelo Estado entre os anos de 2007 e 2013; período da gestão Eduardo Campos.
Os dados são consolidados pela Secretaria de Planejamento. “Estou olhando para outras áreas com outro olhar”, explica.
Paulo Câmara foi recrutado pelo governador para disputar a sucessão há uma semana, num convite após o almoço.
A interlocutores, ele tem garantido que não se movimentou pela candidatura, apenas aguardou o desenrolar dos fatos. “Tenho muito pé no chão”, diz.
A postura deve tê-lo favorecido durante a fritura que marcou a escolha do candidato do PSB.
Pelo menos outros cinco nomes eram cotados para a vaga: os também secretários Danilo Cabral e Tadeu Alencar; além de Maurício Rands, FBC e do vice-governador João Lyra.
De acordo com o que circula nos bastidores, Lyra teria sido o mais insatisfeito com a escolha porque, além de ser rifado, não participou do processo de seleção do candidato.
Para costurar o apoio do vice, que assumirá o governo em abril, Câmara foi à casa dele no dia do anúncio.
Depois do gesto, Lyra afirmou que a Frente Popular estava unida na saída do evento. “Tenho uma relação com o doutor João Lyra de muito respeito há sete anos”, lembra o candidato.