A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) se prepara para sensibilizar os deputados estaduais sobre uma lei, que, segundo o órgão de classe, é danosa aos consumidores e ao meio ambiente.
A entidade diz que a lei 14.838/2012 desinforma sobre o real potencial do etanol comparado à gasolina, e atenta contra a natureza porque desestimula o uso do combustível limpo e renovável.
A legislação é de autoria do deputado Rodrigo Novais.
Ela obriga os postos de combustíveis pernambucanos a afixar cartaz em local visível para o consumidor, informando o valor em percentual do preço do etanol em relação ao preço da gasolina.
A informação deve ser padronizada com respectivo texto: “Senhor(a) Consumidor(a), em sendo o valor do percentual acima de 70% (setenta por cento), torna-se mais econômico o abastecimento com Gasolina”.
Com base na pesquisa da empresa gaúcha Ecofrotas, a AFCP garante que o percentual de rendimento do etanol não é de 70%, mas é bem maior. “Esta lei está contribuindo para desinformar o consumidor sobre o real rendimento do etanol, logo, é contra a natureza, porque desestimula o uso do combustível renovável e limpo para utilização do combustível poluente”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente do órgão de classe.
A pesquisa revela que o rendimento médio do etanol é de 79,52%.
A empresa possui 640 mil veículos, dos quais 410 é movido à etanol, e chegou a conclusão de que o combustível à base de cana representa um rendimento médio de 79,52% do desempenho da gasolina.
Toda a frota é composta de veículos fabricados entre 2009 e 2011.
A pesquisa, que apresentou três resultados diferentes de acordo com os modelos dos veículos, foi realizada entre agosto de 2009 a março de 2012.
O melhor desempenho foi observado nos carros operacionais médios, a exemplo dos modelos Ágile e o Fox.
Houve um rendimento de 82%.
O segundo resultado foi dos veículos do tipo executivo e pick-ups, como por exemplo, o Astra, Siena, Polo Sedan, Voiagem e Vectra, e o Fiat Estrada e o Saveiro, com desempenho de 79% da gasolina.
Já os carros da categoria ‘leve’(motores 1.0 e 1.6), como o Celta, Classic, Clio, Uno e Fiesta apresentaram desempenho de 77%.
Em função da prioridade pelo uso de etanol, a empresa Ecofrotas tem conseguindo validar créditos ambientais de 3 mil toneladas de redução de emissões de gás carbônico. “A pesquisa mostra um resultado atualizado de desempenho do etanol em comparação à gasolina, em condições reais das estradas do País”, fala Lima. “A pesquisa derruba o único argumento econômico desta absurda legislação estadual que continua informando o consumidor de forma equivocada sobre o real rendimento do etanol”.